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domingo, 24 de novembro de 2024
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Transporte urbano

Pequenas batidas geram grandes conflitos no Trânsito

Uma colisão mínima pode atrapalhar todo o tráfego de uma região

Postado em 4 de julho de 2016 por Sheyla Sousa
Pequenas batidas geram grandes conflitos no Trânsito
Uma colisão mínima pode atrapalhar todo o tráfego de uma região

Mardem Costa Jr. 

A cena tornou-se praticamente diária. A imprudência, a pressa para se chegar ao destino e a desatenção provocada pelo uso indevido do telefone celular são apontadas como as principais causas de colisões entre automóveis e motos sem vítimas. No entanto, estes incidentes podem agravar o congestionamento de veículos nas vias mais importantes, especialmente nos horários de pico.

Não é incomum que os motoristas implicados no sinistro façam um levantamento inicial dos prejuízos ainda no local e iniciem tratativas para que o condutor considerado responsável pelo acidente arque com os prejuízos do outro envolvido. Porém ainda que os carros ou motocicletas saiam da pista em um prazo curto, os reflexos podem ser sentidos em outros pontos da cidade, prejudicando a fluidez do trânsito.

Para minimizar os transtornos provocados pelas pequenas batidas, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) determina que os condutores envolvidos retirem os veículosda pista ou sinalizem a via se a retirada não for possível, sob pena de serem autuados por obstrução. Em vias urbanas comuns, a penalidade é leve, enquanto nas rodovias e vias urbanas de trânsito rápido, a natureza é grave e o veículo poderá ser removido para um pátio público.

Apesar do alto número de carros e motos registrados em Goiânia – 1,1 milhão ou 1,3 veículo por habitante – a cidade dispõe apenas de 350 agentes de trânsito, número considerado insuficiente para a demanda populacional da capital, que possui 1,4 milhão de habitantes, segundo estimativa de 2015 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O ideal, segundo os próprios servidores, seriam 900 agentes.

Bom senso

Na visão de engenheiro de trânsito Marcos Rothen, professor do Instituto Federal de Goiás (IFG), tanto a falta de fiscalização dos “amarelinhos” – apelido em função da cor do uniforme dos servidores da SecretariaMunicipal de Trânsito (SMT) – quanto a falta de educação dos motoristas podem explicar a frequência das colisões. 

“Enquanto a pessoa visualiza o agente, ela evita cometer qualquer tipo de irregularidade, por saber as consequências em caso de flagrante. Agora quem deixa um veículo obstruindo a via, sabendo das implicações do ato, no mínimo não possui senso de coletividade. Esses dias mesmo vi uma mulher quase provocar uma batida por estar usando o celular ao volante. Infelizmente algo rotineiro por aqui”, afirma.

A mesma opinião é corroborada pelo gerente de Educação de Trânsito da SMT, Horácio Ferreira. Apesar da carência no quantitativo de fiscais, ele acredita que é o motorista que precisa ter mais noção da dinâmica da cidade e os desdobramentos de um ato seu. “Qualquer batida prejudica o trânsito, tanto pela lentidão que causa quanto pelo impacto causado, por exemplo, pela curiosidade”, diz.

Atendimento

Em função das dificuldades de agentes de trânsito ou mesmo policiais militares estarem nos locais de colisões para mediar possíveis conflitos entre motoristas, foi criada a Justiça Móvel de Trânsito (JMT). Desde o ano 2000, quando foi criada, foram realizados 68.150 atendimentos, sendo que 86% deles foram acordados sem a necessidade de ações judiciais. Só no mês de junho desse ano foram atendidos 429 casos e 369 foram acordados pela própria Justiça Móvel – eficiência de 87%.

Para o coordenador do JMT, José Simões de Lima Júnior, a iniciativa contribui para reduzir a dor de cabeça de quem ficou no prejuízo e precisa de reparação. “Se a demanda chegasse ao Poder Judiciário, demoraria um bom tempo até sair uma decisão. Enquanto conosco, o acordo pode ser feito rapidamente e o conflito solucionado em pouco tempo, com uma maior efetividade”, atesta.

Junior aponta que a média de atendimentos na capital é de 20 ocorrências por dia, e que os acidentes são mais comuns às segundas e sextas. A Justiça Móvel está presente ainda em Anápolis, Itumbiara, Jataí e Goianésia e os conflitos mais comuns são causados por colisão traseira, avanço de sinal e conversão proibida. 

Foto: reprodução 

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