Unhas: mitos e verdade
Para ter garras de tigresa, nem só a beleza conta: atentar-se à saúde das unhas é fundamental
JÚNIOR BUENO
Protetor solar para a pele e hidratação redobrada para os cabelos são cuidados básicos. Mas e as unhas? Como prevenir que elas descamem, amarelem ou passem a quebrar à toa? De acordo com a especialista Juliana Annunciato, dermatologista da Clínica Essenza em São Paulo, as unhas têm função importante e, muitas vezes, a forma de cortá-las ou o uso abusivo de produtos cosméticos, como esmaltes, podem prejudicá-las. Veja alguns dos mais importantes mitos e verdades desmitificados pela médica e mantenha as unhas saudáveis:
Algumas pessoas possuem as unhas mais fracas que outras: verdade. As unhas fracas ou com mais fragilidade podem ser constitucional (uma característica do indivíduo), afinal, o ‘grau de dureza’ da lâmina ungueal depende dos minerais que ela contém. Juliana explica que é preciso atenção: descartar qualquer possibilidade de possível doença como hipotireodismo ou carências nutricionais. Portanto a avaliação médica é indispensável.
Esmalte prejudica as unhas: depende. A causa mais comum daquelas manchinhas brancas nas unhas são esmaltes e removedores. O uso ininterrupto resseca as unhas, torna-as quebradiças e fracas. O ideal seria esmaltá-las novamente após no mínimo três dias de descanso.
O hábito de deixar o mesmo esmalte, por muito tempo, prejudica: verdade. O esmalte possui muitos componentes químicos e sofre degradação quando exposto por um longo período. Pode acabar impregnando nas unhas, tornando-as manchadas, fragilizadas e, por fim, propensas a infecção fúngica (micose) e bacteriana.
Doenças sistêmicas podem se expressar nas unhas: verdade. Alterações na espessura, na cor e no formato das unhas devem ser sempre examinadas. Doenças cardíacas e pulmonares, por exemplo, levam à diminuição da oxigenação do sangue. Já a psoríase pode ter seu primeiro sinal na lâmina ungueal, pequenas perfurações, lembrando um dedal de costura. Disfunções renais podem causar franco amarelamento de todas as unhas. Além das causas mais conhecidas de unha frágil, estão hipotiroidismo e falta de nutrientes como vitaminas A, C, B6 e zinco.
Acetona ou removedor de esmalte é tudo igual: mito. O que mais desidrata a unha é a acetona. O ideal é optar por removedores de esmalte, sem esse componente, e aplicar hidratante nas mãos, unhas e cutículas após o uso.
As unhas ficam mais fracas se eu lixar em vez de cortar: mito. Pelo contrário, lixar ou cortar as unhas ajuda a fortalecê-las, pois podem ocorrer pequenas fraturas na lâmina, descamações no dia a dia que, se não removidas, fragilizam a unha.
Tirar as cutículas faz mal às unhas: verdade. A especialista explica que faz mal, principalmente se realizada de modo muito intenso ou frequente. O ideal é que só se remova o excesso a cada 15 dias. A cutícula é a proteção natural do corpo contra a entrada de bactérias e fungos. Sem cutícula, as unhas perdem com mais facilidade a adesão ao leito, ficando sujeitas a infecções.
Quanto mais a pessoa tira a cutícula, mais ela cresce: verdade. Sempre que se tira a cutícula, provoca-se uma inflamação na unha, que vai se transformando em fibrose, no espaçamento da pele. Não só a cutícula, mas também a pele ao redor da unha fica mais grossa.
É importante hidratar as unhas diariamente: verdade. Quanto mais hidratadas estiverem as cutículas, menor a chance de ficarem esbranquiçadas e com as pontinhas soltas. A dica é espalhar um creme nas mãos sempre que lavá-las ou ao sentir que estão ressecadas.
Unhas postiças podem fazer mal para as unhas?: verdade! Ao colocá-las, você cria um espaço entre o produto e a sua unha, que pode ficar úmido e ser um local perfeito para a proliferação de fungos, que causam micose. No momento da remoção, podem ocorrer descolamento e/ou outros danos na superfície da unha, como alteração na coloração e alergia à cola. A indicação é utilizar somente em ocasiões especiais, e depois remover conforme as orientações do produto.
Unhas em gel são uma boa opção para auxiliar no crescimento das unhas naturais: mito. As unhas de gel oferecem durabilidade, resistência e melhor acabamento quando comparadas às outras técnicas. Porém estas são moldadas diretamente, sobre a lâmina ungueal, com um gel que endurece diante da ação da luz ultravioleta e, em geral, traz efeitos colaterais, como unhas fracas, falta de brilho, descamação, micoses e ocultação de doenças. Além disso, a remoção é realizada com acetona. E o alerta dermatológico mais relevante é que a radiação UV, usada para selagem das unhas: ela pode aumentar, com o uso acumulativo, as manchas nas mãos (melanoses) e há o risco de aparecimento de cânceres de pele. Seria o equivalente a uma exposição solar desprotegida e focada nas mãos.
Arrancar a unha que está comprometida por fungos acelera a cura: mito. Os fungos se alimentam da queratina (substância principal que constitui a unha), então manter curta toda a parte descolada da unha doente ajuda, pois torna o alimento escasso. Porém arrancá-la, totalmente, pode machucar o leito e a matriz da unha, podendo gerar deformidades permanentes.
A alimentação adequada favorece o fortalecimento das unhas?: verdade. Alguns alimentos essenciais para unhas bonitas são os ricos em biotina como laranja, castanhas, trigo e melão. A unha saudável deve ser transparente, lisa, totalmente colada ao seu leito e com crescimento contínuo. As unhas das mãos demoram, em média, de quatro a seis meses para crescer da base até a ponta, e, as dos pés, de seis a 12 meses. E, sabidamente, as unhas dos homens crescem mais rapidamenter do que as das mulheres, podendo haver uma variação individual. Como parte integrante do corpo, pode sinalizar doenças. Examinar as unhas diz muito sobre sua saúde!