Elisama Ximenes

Capipi-Capivara, Mico Sherlok e Tu-Tucano são os nomes mais inusitados de alguns dos personagens do espetáculo de teatro O Dia da Caça. Amanhã (30) é a primeira apresentação do espetáculo, em Goiânia, e a dramaturgia é responsabilidade do autor, ator, diretor, professor e roteirista goiano Barale Neto. A temática central da peça é a preservação do meio ambiente, com foco no Cerrado – bioma predominante de Goiás. Para isso, Barale organizou um roteiro em que os próprios animais falam e protagonizam a luta contra o desmatamento e caça irresponsável. 

Semio Carlos é o ator e manipulador da peça. Isso porque ele é o responsável por interpretar os humanos e, também, manipular os bonecos que dão vida aos animais. A encenação foi pensada pelo grupo Arte & Fogo. O espetáculo surge, inclusive, em comemoração aos 22 anos do grupo de teatro. O objetivo do coletivo, desde a sua fundação, é de conscientizar, informar e divertir. Seguindo essa linha, o ator explica que o roteiro atual tem o objetivo específico de promover a educação ambiental e fazer com que as crianças conheçam a fauna e a flora de seu bioma.

“O interessante é que O Dia da Caça é uma peça para crianças de todas as idades”, conta o ator. Ele encena a história de um ambulante que vende produtos de animais na cidade grande. Enquanto isso, os animais estão sendo caçados e assassinados no Cerrado. O Mico Sherlock é considerado um espião da floresta cerradense e é solicitado pelo Dr. Capipi-Capivara para espiar o vendedor. Assim, o espião parte para a cidade para observar o homem de perto. Ao mesmo tempo, o exportador de peles Polidoro Valente solicita que o caçador Chico Filobé organize uma grande caçada para conseguir atender as demandas do comprador Mister Gringo.

O Papagaio escuta o plano e conta para o Lobo Guará e o Tu-Tucano. Os dois se juntam à Arara e outros bichos para armarem estratégias de combate. O intuito da armação é de devolver a paz e a harmonia do Cerrado. “A ideia é que este seria o dia da caça”, esclarece o ator, em alusão ao ditado ‘um dia da caça e outro do caçador’. A direção do espetáculo é de Delgado Filho em parceria com o professor de Teatro de Animação da Escola de Música e Arte Ciências da Universidade Federal de Goiás Guilherme de Oliveira. O professor é responsável pela concepção e confecção dos elementos cênicos como bonecos, máscaras e toda a cenografia. 

De acordo com o ator, um dos objetivos da encenação é promover a interação com a plateia. Durante a apresentação, quem estiver assistindo à peça poderá ajudar nas imitações dos animais. Ele ressalta, ainda, a importância do Cerrado como temática artística. “Há mais de 15 anos trabalhamos com o Cerrado, essa temática de preservação tem nos rendido alguns projetos desde então”, explica. Segundo ele, o grupo busca trabalhar com temas como a conscientização e o uso sustentável da água. “O recurso hídrico do Estado é muito extenso, e a cultura entra como forma de conscientização para a sustentabilidade”, conta. 

Na peça, ao contrário do que se pensa quando se lê a sinopse, os animais não são humanizados. “É um espetáculo em que os animais continuam sendo animais”, explica. Por isso a escolha de retratá-los em forma de bonecos manipulados. O único personagem que alcança a humanização é o Mico Sherlok. Para interpretá-lo, Semio veste a cabeça do mico e o corpo continua humano. 

O fato de priorizarem o público infantil também é justificado pelo ator: “As crianças são multiplicadoras de ideias, e tentamos trabalhar com linguagens voltadas para elas”. Dentre as linguagens utilizadas pelo grupo, o ator destaca o lambe-lambe. Ainda sobre temática, ele lembra que o foco é valorizar a cultura goiana, e o grupo faz isso a partir da temática ambientalista. “A gente pensa que tem que ser daqui pra fora”, destaca. Para valorizar essa cultura goiana, o grupo costuma se apresentar em festivais do Estado e, inclusive, os dramaturgos de seus espetáculos são todos goianos. “O grupo de teatro Arte & Fogo é um grupo de goianos”, finaliza.

Agenda de Apresentações

* Sábado (30) às 10h

Feira do Sepal do Setor Sul (Av. José Sebba)

* Sábado (30) às 18h

Feira da Lua – Praça Tamandaré (Setor Oeste)

* Domingo (31) às 9h

Feira Hippie – Praça do Trabalhador – Setor Norte Ferroviário

* Domingo (31) às 18h

Feira do Sol – Setor Oeste

* Segunda-feira (1º) às 10h

Feira da Fama 

* Terça-feira (2) às 18h

Feira do Goiânia II

* Quinta (4) às 18h

Feira do Jardim América – Cepal Jardim América

* Domingo (7) às 9h

Feira da Vila Nova

* Domingo (7) às 11h

Feira da Vila Mutirão – Av. Mutirão

* Terça (9) às 18h

Feira da Nova Suíça – Av. T-13