Orgulho em solo brasileiro
Dyego Hypolito e Arthur Nory conquistam medalhas em exercÃcio de solo e emocionam torcida
Com a alma lavada. É assim que se pode definir Diego Hypólito ontem após conquistar a medalha de prata em sua terceira participação em Jogos Olímpicos. Justamente no Rio de Janeiro, em território nacional, o paulista pôde espantar os fantasmas de Pequim, em 2008, e Londres, em 2012. Arthur Nory, surpresa na final do solo masculino, ficou com o bronze. À frente dos dois brasileiros no pódio, apenas o britânico Max Whitlock.
Bicampeão mundial no exercício de solo, Diego tinha metas simples para o Rio. A decepção das quedas nas duas últimas edições dos Jogos não podia ser repetida em casa. Terminar a apresentação sem falhas graves era tudo que Hypólito queria, mas muito menos do que ele conquistou. A prata deu confiança ao brasileiro, que agora já promete treinar para representar o País também em Tóquio, em 2020.
O japonês Kohei Uchimura, maior nome da ginástica artística masculina hoje foi quem abriu a prova. O “Rei”, como é conhecido, contudo, caiu do trono ao pisar fora do tablado. Com apenas 15,241 ele não brigaria por nenhuma das posições do pódio.
Diego veio em seguida e, de tão concentrado, praticamente não percebeu toda a festa da torcida em sua entrada. Hypólito foi muito bem, não errou e saiu de cena com um bom 15,533. Grandes competidores ainda se apresentariam e era preciso esperar, mas a nota dava confiança ao atleta de que ontem poderia ser um dia especial.
Max Whitlock, dono do ouro, veio em seguida e acertou tudo. Com os 15,633 anotados, o britânico assumiu a liderança da prova e não sairia da primeira colocação. O compatriota Kristian Thomas foi mal e teve a segunda pior nota do dia com 15,058.
Nome forte na barra fixa, o brasileiro Arthur Nory estava feliz apenas pela presença na final do solo. Qualquer resultado seria bem-vindo, mas o paulista surpreendeu, cravo tudo, e recebeu 15,433 dos juízes, nota que o colocava na terceira colocação no momento. Para garantir o pódio, restava “secar” outros três atletas renomados.
Missão difícil, mas que foi se tornando cada vez mais possível quando o americano Jake Dalton falhou e ficou com 15,133. O japonês Kenzo Shirai, atual campeão mundial, também errou e somou só 15,366. Neste momento, Hipólito estava garantido no pódio, mas ainda restava o americano Sam Mikulak para que Nory também pudesse comemorar.
O estadunidense foi muito mal, recebeu a pior nota do dia 14,433 e decretou a festa da torcida brasileira na Arena Olímpica do Rio de Janeiro. O Brasil tinha dois nomes no pódio.