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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Cidades

Famílias são obrigadas a desocupar terreno

Moradores do local se revoltaram com a ação da Secretaria de Planejamento e esperam por programas habitacionais

Postado em 16 de agosto de 2016 por Toni Nascimento
Famílias são obrigadas a desocupar terreno
Moradores do local se revoltaram com a ação da Secretaria de Planejamento e esperam por programas habitacionais

Na manhã de ontem (15), a Polícia Militar, mediante ordem judicial, realizou a desocupação de um terreno particular, localizado no Residencial Della Penna, em Goiânia. A ação teve início por volta das 7h da manhã. A informação é de que cerca de 500 famílias moravam na área alegando incapacidade para pagar aluguel. De acordo com o secretário de Planejamento e Habitação, Sebastião Ferreira Leite, o número é bem menor, cerca de 250 famílias. 
Durante a desocupação da área, moradores tentaram retirar, sem sucesso, materiais de construção e eletrodomésticos dos barracos. Uma pá carregadeira foi usada para destruir as moradias, levando também os móveis e outros objetos dos moradores. A destruição causou revolta nas famílias e algumas pessoas protestaram contra a ação da PM incendiando um barracão do terreno. O fogo se espalhou com facilidade, mas os bombeiros foram acionados e conseguiram controlar as chamas.
O secretário informou que algumas das famílias o procuraram na semana passada para discutir o problema habitacional, mas a visita ao terreno só ocorreu no último sábado, pela manhã. De acordo com informações da assessoria de imprensa da Seplanh, o cadastramento das famílias que ocupavam o terreno já estava sendo acordado, mas as famílias “não souberam esperar”. 
Em entrevista à imprensa, um dos representantes do grupo dos moradores, Rogério Cunha, afirmou que as famílias da ocupação não tinham condições para residirem em outro local e que a reintegração de posse foi realizada sem negociação direta com os moradores e que não houve acolhimento para os desabrigados.
Em nota divulgada à imprensa, a Seplanh informou que as famílias foram recebidas pelo titular da pasta, o qual acordou junto a elas o cadastramento de todos os moradores removidos em programas habitacionais do Município, ação que ficará sob responsabilidade da Superintendência de Habitação. 
Na tarde de ontem, o secretário recebeu 60 famílias, as quais já foram cadastradas. Um levantamento será feito para verificar os perfis que atendem aos critérios dos programas existentes. Aqueles que já possuírem casa ou lote próprio estão automaticamente fora dos cadastros.
Novas moradias
Localidades no Setor Eldorado Oeste e Setor Itaipu já foram disponibilizadas para atender às famílias removidas. O secretário não soube informar a situação atual das famílias que sofreram a desocupação, o que se sabe é que quarenta delas se abrigaram em barracões emprestados. 
A situação econômica do país tem agravado o problema habitacional no Estado, mais especificamente. É o que afirma o secretário Sebastião Ferreira Leite. “A crise tem prejudicado a situação de diversas famílias, mas ainda assim a Prefeitura não incentiva as ocupações”, diz. 
Casos
No dia 08 de julho, 250 famílias do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto ocuparam um terreno no Setor Santa Fé, em Goiânia. De acordo com informações divulgadas pela página do MTST no Facebook, no outro dia (09) o Secretário de Planejamento Urbano e Habitação, Sebastião Ferreira Leite, discutiu com as famílias e chegaram a um acordo quanto ao problema habitacional. 
O Secretário prometeu aos moradores que iria indicar outro terreno para atender as famílias da ocupação, aliviando dezenas de famílias que esperam ser chamadas paras os programas de habitação há cerca de vinte anos.

 

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