Vendas de imóveis tem queda de 13,9% no primeiro semestre
Comercialização de unidades novas caíram este ano na comparação com o mesmo período de 2015
As vendas de imóveis novos caíram 13,9% no país no primeiro semestre do ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo dados divulgados pela Associaçao Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas (Fipe). Em números absolutos, foram vendidas 49.797 unidades no período. Nos últimos 12 meses, as vendas chegaram a 104.158 unidades, volume 15% inferior ao total de vendas no período anterior. No mês de junho, dados das empresas indicam que foram vendidas 10.325 unidades, o que representa um recuo de 10,8% frente às vendas do mesmo mês do ano anterior.
O vice-presidente executivo da Abrainc, Renato Ventura, destaca que o setor imobiliário é bastante impactado pela confiança dos compradores e das empresas. “Esta confiança está começando a voltar, mas ainda é baixa”, afirmou o executivo.
Em relação aos lançamentos, nos primeiros seis meses do ano, o volume foi 10,4% superior ao observado no mesmo período de 2015, com o total de 31.360 unidades. Considerando os últimos 12 meses, o total lançado foi de 67.013 unidades, queda de 1,5% frente ao observado nos 12 meses anteriores. Já em junho de 2016, foram lançadas 10.224 unidades, baixa de 10,9% no volume lançado no mesmo mês de 2015.
Segundo o diretor da Abrainc, Luiz Fernando Moura, o momento ainda é oportuno para quem deseja comprar imóvel.
“A perspectiva é que com o encaminhamento das reformas que possibilitem a retomada do crescimento da economia, haja um aumento da confiança, provocando maior demanda por imóveis. A oferta para o atendimento a esta demanda, nem sempre acontece na mesma velocidade”, esclarece ele.
As entregas de imóveis chegaram a 67.280 unidades no acumulado de 2016, volume 3,5% superior ao observado na mesma base de 2015. Nos últimos 12 meses, as entregas somaram 128.748 unidades, número 20,6% inferior ao total entregue no período precedente. Em junho deste ano, foram entregues 17.732 unidades, alta de 39,3% frente ao número de unidades entregues em junho de 2015.
O estudo mostrou que, ao final de junho passado, as empresas disponibilizavam 117.565 unidades para compra. No mesmo período, foi vendido o equivalente a 8,3% da oferta do mês, percentual que representa uma queda de 1,4 ponto percentual em comparação a junho de 2015 (9,7%). Dessa forma, estima-se que a oferta final de junho seja suficiente para garantir o abastecimento do mercado durante 12,1 meses, se o ritmo de vendas do mês (10,3 mil unidades/mês) for mantido.
O indicador de distratos revela que, no primeiro semestre de 2016, houve redução de 2,6% em relação ao mesmo período de 2015, atingindo 22.228 unidades distratadas. Quando comparados nos últimos 12 meses, os distratos tiveram alta de 3,2%, atingindo 47.018 de devolução de imóveis. Em junho de 2016, foram distratadas 3.828 unidades, o que representa um aumento de 0,4% frente ao número absoluto de distratos observados em junho de 2015.
Renato Ventura explica que os distratos ocorrem por dois motivos: quando o comprador não consegue financiamento bancário depois da compra do imóvel na planta. E há também casos de investidores que não veem a valorização do imóvel que imaginavam, e assim solicitam o distrato. (Agência Brasil)