Seguro de veículos deve reduzir apólice em 30%
Novidade em vigor neste ano aprova uso de peças usadas em concertos e reparos de autos pelas seguradoras
Karla Araujo e Rhudy Crysthian
Silvio Küster, 65, é supervisor comercial e dono de um Monza fabricado em 1990. Ele comprou o carro em 2000 e, na época, pesquisou seguros para o veículo, mas nenhum valor se encaixou no orçamento. O alto custo inviabilizou a contratação do seguro e Silvio engrossou a estatística de que 49% da frota automotiva do Estado está descoberta de seguro.
“Como o carro é antigo, poucos seguros aceitam. É um carro muito bom, preciso levá-lo à oficina duas ou três vezes por ano, no máximo”, conta Silvio, que afirma ter uma relação de funcionalidade com o veículo. “Não tenho vontade de ter um carro novo. Se o seguro fosse mais barato, com certeza eu o contrataria”, diz Silvio. O que ele não sabia é que está em vigor desde o início do ano uma nova modalidade de apólice que permite a seguradora utilizar peças seminovas desde que essa autorização esteja previamente descrita no contrato. Tal medida baratearia o seguro do carro em até 30%. A medida não vale para peças de itens de segurança como freios, por exemplo.
A minuta de operação do chamado seguro popular para automóvel tem como objetivo reduzir os custos de reparação nos veículos sinistrados com cobertura securitária. Esta redução será obtida por meio do uso de peças usadas, adquiridas de empresas de desmanche autorizadas sob a Lei nº 12.977/14. Com isso, espera-se baratear as apólices e assim aumentar o número de carros segurados no País. A norma foi sancionada em maio de 2014 e estabeleceu que os departamentos estaduais de trânsito detivessem a responsabilidade de fiscalização. A mudança em Goiás aconteceu no primeiro semestre deste ano.
Produto
O vice-presidente social e de benefício do Sindicato dos Corretores e Empresas Corretoras de Seguros no Estado de Goiás (Sincor-GO), Deivid Pereira, afirma que os seguros populares ainda não são oferecido porque o suporte que deve ser oferecido pelo Estado ainda não está pronto. Pereira lembra ainda que é necessário esperar o serviço funcionar em outras partes do Brasil, para que exista oferta de peças usadas.
Ainda de acordo com Pereira, a expectativa é que o mercado cresça 50% com a nova modalidade. Com a crise econômica, as empresas perceberam diminuição na quantidade de novos contratos, mas a número de renovações está estável. “A autorização do uso de peças usadas é interessante principalmente para a população. Os preços ficarão menores e esperamos queda no índice de furtos e roubos”, afirma o especialista.
Regras
O seguro só será disponibilizado para automóveis com cinco anos ou mais de uso, enquanto os caminhões não possuem limite de tempo de utilização. A contratação principal será exclusiva, não podendo haver outro tipo de seguro do veículo, mas coberturas adicionais de perda parcial poderão ser oferecidas pelas seguradoras associadas. O seguro popular vai cobrir indenização integral por incêndio, queda de raio e/ou explosão; cobertura de indenização integral por roubo ou furto; e/ou cobertura de indenização integral por colisão.