Geração do tri!
Brasil vence Itália por 3 sets a 0 e conquista ouro olímpico do vôlei novamente após 12 anos
Sem dar chances ao azar, a seleção brasileira masculina de vôlei foi guerreira e venceu a Itália, até então invicta, por 3 sets a 0 (parciais de 25/22, 28/26 e 26/24), para garantir mais um ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro – o terceiro do país no esporte. Em confronto equilibrado, a torcida presente na Arena Maracanãzinho também fez a diferença.
Com o triunfo depois de doze anos, o Brasil, que bateu na trave nas duas últimas edições olímpicas, voltou a ficar no lugar mais alto do pódio. Em Pequim 2008, perdeu para os Estados Unidos na decisão. Em Londres 2012, a queda na final foi diante dos russos.
Mesmo com muita pressão e desempenho eficaz dos italianos, principalmente no saque, a recepção brasileira esteve em alta. Tanto Lucarelli e Lipe, que jogaram lesionados, quanto o líbero Serginho, de 40 anos, e o capitão Bruninho foram impecáveis.
A partida não teve domínio de qualquer das equipes nos três sets disputados. Tanto italianos quanto brasileiros se alternavam na liderança, mas no final, prevaleceu a experiência dos anfitriões. Ao 26º ponto, a torcida pôde entoar o coro de que “o campeão voltou” e os atletas soltaram o grito preso na garganta há mais de uma década.
A conquista do ouro marcou também a última partida do líbero Serginho com a camisa da seleção brasileira de vôlei. Líder de uma das gerações mais vitoriosas do vôlei masculino, ele se despede da equipe com o posto de maior medalhista de esporte coletivo na história do brasil. O jogador chorou com a reação do público e com a reação do time, que gritou “Serginho é nosso rei” antes do tradicional peixinho do grupo após a conquista.
A medalha vendo com um elenco considerado, pelo próprio técnico Bernadinho, como não tão talentoso comparado à geração anterior. Ainda assim, os jogadores se superaram durante a competição, conseguiram a classificação às quartas de final no último jogo da primeira fase, contra a França, e fez, contra Rússia, na semifinal, e Itália, ontem, as suas duas melhores apresentações nos últimos anos.
Na campanha do ouro, o Brasil estreou bem contra o México e venceu seu segundo duelo contra o Canadá. Derrotas para os Estados Unidos e os próprios italianos colocaram a seleção em situação delicada no torneio. Vitória sobre a França, no quinto e último jogo da primeira fase era fundamental para a classificação e ela veio.
Nas quartas de final, bateu a rival Argentina antes de encarar os russos, algozes em Londres 2012, pela semifinal. Vitória por 3 a 0 e desempenho excepcional espantaram o fantasma das duas últimas olimpíadas e o Brasil chegou à final confiante que seria capaz de repetir as equipes de Barcelona 1992 e Atenas 2004. E conseguiu. O grupo marcou seu nome na história no vôlei brasileiro e mundial ao conquistar o ouro sobre a Itália.
Estados Unidos voltam ao pódio no Rio
Ouro em Pequim 2008, os Estados Unidos foram mal em Londres 2012 e sequer conseguiram lugar no pódio. Os americanos voltaram a conquistar medalha ontem ao bater a Rússia em duelo emocionante, por 3 sets a 2 ( parciais de 23/25, 21/25, 25/19, 25/19 e 15/13), e garantirem o bronze nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
O confronto, que colocou frente a frente os dois últimos campeões olímpicos, teve nível técnico impressionante. Com equipe jovem, os Estados Unidos, eliminados pela Itália na semifinal, se destacaram principalmente com as atuações de Matthew Anderson, com 18 pontos, e Priddy, com 17. Foi a quinta medalha do país na história do esporte – somam três ouros e outro bronze.
Os russos, maiores vencedores do vôlei com 10 medalhas olímpicas e atuais campeões, não conseguiram um lugar no pódio.