Prevenir nunca é demais
Ginecologista e obstetra alerta sobre a importância da prevenção à pré-eclâmpsia
Da redação
A pré-eclâmpsia é a doença mais comum durante a gravidez, dividindo espaço com a diabetes. A doença afeta 5% das gestantes, que eleva a pressão arterial da mãe. Além disso, segundo o Ministério da Saúde, a hipertensão é responsável por 13,8% das mortes maternas no Brasil, sendo a principal causa de óbito durante a gravidez no País. Se não for tratada, a pré-eclâmpsia pode levar a sérias complicações para a gestante e seu bebê, por isso, a detecção da predisposição a esse problema pode ser uma solução preventiva.
De acordo com Jurandir Passos, ginecologista e obstetra que integra o corpo clínico do laboratório Atalaia, a pré-eclâmpsia é uma elevação da pressão arterial materna, mesmo em pacientes sem histórico algum de hipertensão, e é induzida pela gestação. “Pode evoluir para a eclampsia, quadro mais grave, com riscos para o bebê e para mãe, podendo levar à convulsão e derrame cerebral na mulher, ou até ao óbito”, enfatiza. O médico explica que, comumente, ela pode ocorrer em até 72 horas após o parto. As mulheres que forem acometidas por esse quadro, mesmo após a normalização, devem tomar mais cuidados, porque correm maior risco de se tornarem hipertensas crônicas, conforme explica Jurandir Passos.
Além da pressão arterial alta, a pré-eclâmpsia leva a demais sinais como dor de cabeça, alterações na urina, e presença de sintomas visuais como pontos pretos ou brilhantes na vista. “Para evitar situações como essas, indicamos o planejamento prévio da gravidez e a avaliação clínica completa antes mesmo da gestação”, aconselha. É possível avaliar se há uma predisposição à doença por meio de exames. Por esta via, também é possível identificar a existência da hipertensão na paciente. “podemos fazer a adequação de qualquer medicação. Além disso, é importante evitar ganhar muito peso e ingerir muito sal”, reforça o médico.
Predisposição
O obstetra informa que existem grupos de risco com mais predisposição para o distúrbio. É o caso das mulheres com histórico familiar ou pessoal de hipertensão, pacientes obesas com gestação múltipla, como de gêmeos, por exemplo, ou em ambos os extremos de idade, além das adolescentes ou mulheres com idade mais avançada. Entretanto o médico explica que é possível determinar o risco que a mulher corre por meio do exame de Inibina A. “Dessa forma, conseguimos entrar com medicamentos antes do desenvolvimento da placenta, a ponto de reverter o quadro”, enaltece.
O exame de Inibina A é realizado por meio de uma coleta de sangue simples e deve ser demandando pelo médico que esteja acompanhando a gestação da mulher. “Por isso é importante fazer um check-up antes mesmo da gravidez e fazer os exames de rotina durante o pré-natal”, conclui o médico Jurandir.