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segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
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Cidades

Médicos recebiam sem cumprir jornada

Esquema no Samu de Anápolis envolveu mais
de R$ 600 mil
em jornada de trabalho não cumprida. Valor
da fraude pode
ser ainda maior

Postado em 24 de agosto de 2016 por Renato
Médicos recebiam sem cumprir jornada
Esquema no Samu de Anápolis envolveu mais

Da redação

A Justiça Federal liberou uma liminar ao Ministério Público Federal em Anápolis (MPF/GO) que autoriza o bloqueio de bens e valores de 30 médicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), envolvidos em esquema de improbidade administrativa, com prejuízos aos recursos financeiros públicos. De acordo com o procurador da república Rafael Paula Parreira Costa, os médicos receberam um valor indevido de mais de R$ 600 mil, porém, o valor real poderia alcançar a casa dos R$ 2 milhões se não fosse a falta de provas.
O caso tomou conhecimento público após denúncia anônima feita ao Conselho Municipal de Saúde de Anápolis, que começou a apurar o caso no ano de 2011. A denúncia apontava Sérgio Paulo Carneiro Júnior, ex-coordenador do Samu, como o controlador do esquema. Como não havia controle de ponto, ele não só registrava a sua própria frequência, como também as dos 30 médicos que deveriam cumprir as escalas dos plantões de 24 horas, os quais eram cumpridos pela metade ou simplesmente não eram. 
A partir das investigações preliminares, uma Ação Civil Pública do procurador em questão, que pede a condenação dos 30 médicos, foi ajuizada pelo Ministério Público Federal em julho deste ano. De acordo com a ação, os profissionais contratados pelo Samu foram remunerados indevidamente nos anos de 2009 e 2010. O valor pago de forma ilícita durante esses dois anos chega aos R$ 2 milhões, no entanto, as provas levantadas e apresentadas na ação correspondem ao período de oito, nove meses, o que reduz o valor total dos pagamentos para R$ 617.369,47. 
Ainda de acordo com o procurador, alguns dos médicos que haviam recebido sem cumprir jornada recorreram ao Sérgio Paulo Carneiro Júnior para devolver o dinheiro. No entanto, o ex-coordenador embolsou os valores que deveriam ser restituídos aos cofres públicos.
Durante investigação, testemunhas confirmaram em depoimento que os médicos não cumpriam a jornada de trabalho estabelecida em contrato de credenciamento firmado com o município de Anápolis. O próprio ex-coordenador-geral do Samu confirmou a realização do esquema e os pagamentos irregulares pelos plantões não cumpridos. A confirmação da irregularidade também partiu do Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (SUS), que esteve presente no Samu de Anápolis. 

Punições
Mediante as provas e documentação apresentada (6 volumes de documentos) na Ação Civil Pública, que comprovam as condutas impróprias e a falta de profissionalismo dos médicos, a Justiça Federal não teve dificuldades em deferir a liminar que decreta o bloqueio de bens dos réus. Essa decisão foi tomada no dia 08 de agosto e tem como objetivo restituir aos cofres públicos, a partir do bloqueio, o valor suficiente embolsado de forma ilícita, além do pagamento de multa com valor três vezes maior.

Fraudes
Não é de hoje que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência tem sido alvo de fraudes. Em junho deste ano, tornou-se público um esquema que envolvia funcionários do Samu e hospitais particulares de Goiânia. A fraude consistia no pagamento dos trabalhadores para encaminhar pacientes às UTI’s privadas. 21 pessoas foram presas, dentre técnicos, enfermeiros, dois bombeiros e médicos. Informações do Ministério Público apontam para o envolvimento de 20 hospitais. 

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