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segunda-feira, 25 de novembro de 2024
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COMPORTAMENTO

Abraçar o pet é bom para quem?

Especialistas levantam teses diferentes sobre o significado do abraço para os cachorros

Postado em 15 de setembro de 2016 por Redação
Abraçar o pet é bom para quem?
Especialistas levantam teses diferentes sobre o significado do abraço para os cachorros

Elisama Ximenes

Quando se tem um cachorro, geralmente o que mais se quer é dar e receber carinho. No mundo dos humanos, carinhos podem ser demonstrados com cafunés, cócegas, carícias e abraços. Assim, os humanos com pets querem projetar todas essas formas de afeto em os seus animais. No entanto nem todas essas maneiras de demonstração de amor são bem interpretadas pelos cachorros. O abraço é um exemplo disso, embora não seja um consenso entre os especialistas. Há quem diga que envolver os cães com os braços pode deixá-los ansiosos, e quem diga que isso é adaptável.

Os cachorros são animais cursoriais. Isso significa que eles têm a corrida como principal linha de defesa. Ou seja, quando são abraçados, ficam limitados pelos braços do humano, e isso pode significar uma ameaça, deixando-os ansiosos e apreensivos. Quem defende essa ideia é o especialista Stanley Coren. Conforme informações do portal  Agenda Pet, Stanely fez uma pesquisa analisando 250 imagens do Google e no Flickr de abraços em cachorros. Ele concluiu que, em 81% das imagens, o cão está desconfortável, ansioso e estressado. Um dos sinais que demonstram esses sentimentos são os dentes expostos, por exemplo, que é, por muitos, confundido com um sorriso ou demonstração de alegria.

Com relação aos sinais, o especialista ainda indica que quando o cão vira a cabeça é preciso ficar alerta, porque é um sinal preocupante. Para se ter uma ideia, virar a cabeça corresponde ao fechar de olhos dos humanos quando ameaçados de alguma forma. Ele ressalta que, em casos mais graves, o cachorro pode, inclusive, mostrar o olho meia-lua ou olho de baleia, que é quando a parte branca dos olhos torna-se visível entre as pálpebras. Mas as conclusões de Stanley não são verdade universal. Outro especialista, Coren Cohen é um dos que questionam as postulações de Stanley. Ele defende o seguinte: mesmo que naturalmente o abraço signifique ameaça, os cães podem ficar à vontade com o gesto devido à familiaridade e à confiança desenvolvidas com quem o abraça.

De acordo com os estudos de Coren, a tensão é liberada em alguns músculos do animal. Em suas observações, foi possível perceber um desaceleramento da respiração e atenuação do olhar. Sinais que demonstram, talvez, uma tranquilidade. O que fundamenta essa mudança de reação, para o especialista, é a vontade de agradar seu amo. Assim, o cão nega seus instintos naturais e passa a ceder certos gestos, porque gosta de agradar o dono. Essa questão do elo de confiança, para ele, quebra mais um tanto de paradigmas. Mas, apesar de discordar com o primeiro, ele reforça que é preciso ter cautela no início da relação com o pet. Cães adotados, por exemplo, podem ter reações negativas dependendo da sua história de vida anterior. Caso o dono ache essencial ter essa relação de abraços com o animal, recomenda-se investir no contracondicionamento, que é quando se ‘treina’ o cão até que ele sinta prazer no gesto.

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