Comitê decreta o fim da candidatura de Roma aos Jogos OlÃmpicos de 2024
O presidente do Comitê OlÃmpico Nacional Italiano, Giovanni Malagò, confirmou a interrupção da candidatura italiana a sede dos Jogos OlÃmpicos de 2024
O presidente do Comitê Olímpico Nacional Italiano (Coni), Giovanni Malagò, confirmou nesta terça-feira (11) a interrupção oficial da candidatura italiana a sede dos Jogos Olímpicos de 2024.
"É o dia do esclarecimento. Escrevi uma carta ao COI [Comitê Olímpico Internacional] com a qual interrompemos a candidatura. Coerentemente com o que dizia anteriormente, para levar adiante esse projeto precisávamos de três pernas. Uma dessas, segundo a minha opinião e da maioria dos italianos, por motivos demagógicos, faltou. Assim, fomos obrigados a interromper e, acreditem, foi difícil derrubar-nos", disse Malagò visivelmente emocionado.
O anúncio do Coni ocorre 20 dias após a prefeita de Roma, Virginia Raggi, anunciar a desistência do governo local de tentar sediar a Olimpíada de 2024. Para ela, o líder do esporte olímpico italiano voltou a fazer críticas pesadas.
"Raggi disse que seria irresponsável dizer sim. Não é mais irresponsável dizer não a US$ 1,7 bilhão do COI para a retomada de Roma? Ninguém poderá cancelar a nossa história. Queria poder ter dito a Raggi que iríamos fazer Jogos limpos e lícitos. O interesse de corrupção não nos interessa", afirmou Malagò sobre a acusação do partido da prefeita, o Movimento Cinco Estrelas (M5S), de que as Olimpíadas seriam usadas apenas para desviar verbas.
No entanto, ele destacou que sequer conseguiu falar com a prefeita, que deixou os representantes do Coni esperando em uma sala de reuniões e não compareceu ao encontro, ou com o líder do M5S, Beppe Grillo.
Citando algumas personalidades que fariam parte da gestão do evento em caso de vitória, o cartola disse que Raggi tomou "uma decisão pré-concebida" e que ela "não quis nos escutar" em nenhum momento.
Para Malagò, a desistência arranhou os 102 anos de história do Coni. Agora "teremos que escalar uma montanha" para recuperar "nossa credibilidade".
"Interromper esse processo a 11 meses da decisão causa um precedente. Vancouver, em 1974, se retirou da corrida pelos Jogos de Inverno de 1980. Vancouver só realizou os Jogos em 2010. Pagaremos um preço altíssimo e isso nos faz entender quais serão os danos ao esporte italiano. Pela primeira vez em 102 anos o país inteiro apoiava a candidatura. Agora, tentarei deixar com credibilidade o país e o esporte", destacou o dirigente.
Inconformado, Malagò voltou a dizer que Raggi tem em suas mãos "as recentes pesquisas que mostram cada vez mais romanos favoráveis" ao evento.
"Pouca popularidade? Nós tínhamos Totti, Valentino Rossi, Pellegrini, Buffon. Toda a indústria do país, 68 medalhistas no Rio, prêmios Oscar, o que poderíamos fazer a mais? Manifestações? Eu não gostaria disso e não é nosso estilo. Erros? Nós cometemos, por certo. Mas, é esse fogo amigo que não esperávamos a três quartos do fim da corrida", disse ainda sobre a suposta "falta de apoio" destacada pelo M5S.
Agora, com a desistência de Roma, as cidades de Paris (França), Los Angeles (EUA) e Budapeste (Hungria) continuam na disputa para ser a sede do maior evento do mundo em 2024. O anúncio do vencedor será divulgado em setembro de 2017, durante o congresso do Comitê Olímpico Internacional no Peru. (Agência Ansa)