Emily Lima diz que ser mulher ajuda na relação com jogadoras da seleção
Lima, que terá como primeiro compromisso o Torneio Internacional de Manaus em dezembro deste ano
Nesta quinta-feira (3), Emily Lima foi apresentada como nova técnica da seleção brasileira de futebol feminino em evento na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio de Janeiro. Primeira técnica da seleção, ela negou que ser mulher faça alguma diferença dentro de campo, mas disse que a relação entre jogadoras e uma técnica do mesmo sexo é melhor fora das quatro linhas.
“Eu não acredito que o futebol mude com mulher ou sem mulher. Claro que eu vou ter uma relação diferente com as meninas. Muitas vezes a gente usa da psicologia e muitas vezes elas têm um pouco mais de abertura. Isso eu já vi muito no futebol feminino, eu já fui atleta e tinha dificuldades de passar informações para os meus treinadores e quando eu tive treinadora eu me senti um pouco mais tranquila, um pouco mais aberta, com um pouco mais de facilidade na troca de ideias. Acho que a única mudança seria fora do campo acho que seria extracampo”, disse.
Emily, que terá como primeiro compromisso o Torneio Internacional de Manaus em dezembro deste ano, apontou que deseja modernizar o estilo de jogo da seleção feminina. Taticamente, ela adiantou que deve trabalhar com “duas linhas de quatro jogadoras quando defende” e "4-4-3 quando ataca". O esquema é parecido com o da seleção masculina. Tanto que ela disse que planeja conversar com o técnico Tite.
“Uma das perguntas que eu fiz ao presidente seria se eu poderia trocar ideias com o Tite. Quando eu estava trabalhando na CBF [como técnica do Sub-15 e Sub-17] eu gostaria de estagiar com ele. Hoje estamos um pouco mais próximos, espero que isso aconteça. Vai engrandecer não só o meu trabalho, mas o trabalho que vai ser feito na seleção.”
Sobre as jogadoras, Emily falou em renovação. Porém, ainda espera contar com grandes nomes da seleção como Marta e Cristiane. “Eu ainda acredito que a Marta consiga ficar este ciclo olímpico e a Cristiane também. Eu ainda apostaria, eu a conheço há muitos anos, que a Formiga aguentaria também. Eu gostaria de conversar com ela. Acredito muito nessas meninas mais novas, joguei com algumas delas. Apostar na renovação sim, mas com cautela.”
Trajetória
Jogadora de futebol por 15 anos e técnica há cinco, Emily traz a experiência da ação dentro das quatro linhas e o trabalho na preparação das atletas de base. Nascida em São Paulo, em 29 de setembro de 1980, ela tem 36 anos, 20 deles dedicados ao futebol feminino.
Emily treinou até a semana passada a equipe do São José, time com o qual chegou à final da Copa do Brasil de Futebol Feminino. O primeiro compromisso dela no comando da equipe nacional será o Torneio Internacional de Manaus, em dezembro desse ano. Antes de treinar a Águia do Vale, Emily treinou as seleções brasileiras Sub-15 e Sub-17. (agência Brasil)