Chuvas regulares favorecem o plantio de grãos em Goiás
As previsões para as próximas semanas indicam
a continuidade das precipitações em níveis consistentes, até acima da média em alguns municípios
Graças aos bons volumes de chuva registrados em outubro e novembro, o plantio da safra 2016/17 de soja em Goiás está mais acelerado que no ano passado. Dos 3,35 milhões de hectares previstos para o cultivo da oleaginosa, em torno de 70% já foram semeados, com destaque para a região Sudoeste, que está concluindo a semeadura. A estimativa é da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO).
"Um detalhe importante e que já traz sinais favoráveis à safra goiana é que o plantio de soja mais cedo melhora as condições de aproveitamento da janela ideal para o milho safrinha, podendo refletir positivamente no aumento da área plantada do cereal e na obtenção de bons resultados de produtividade média", observa o consultor técnico da Aprosoja-GO, Cristiano Palavro.
As previsões para as próximas semanas indicam a continuidade das precipitações em níveis consistentes, até acima da média em alguns municípios. "Ainda não tivemos relatos de replantio de lavouras em Goiás e tudo indica que não teremos problemas com atrasos na semeadura como ocorreu na safra anterior", afirma Palavro. A severa estiagem, especialmente na região Norte do Estado, levou à prorrogação do plantio de 31 de dezembro para 31 de janeiro de 2016.
Ainda que as expectativas de pluviosidade se mostrem favoráveis até o final do ano, sem perspectivas aparentes de problemas mais graves com períodos secos, é preciso atenção às variações. A maior preocupação, destaca o consultor técnico, sempre paira sobre a possível falta de chuvas na fase de enchimento dos grãos, principalmente em janeiro.
Se o clima continuar colaborando no desenvolvimento das lavouras, a produção de soja em Goiás deve ser recorde: 10,38 milhões de toneladas, nos cálculos da Aprosoja-GO e Faeg. Por sua vez, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em seu 2º Levantamento da Safra 2016/17, divulgado nessa quinta-feira (10), estima em média a colheita de 10,07 milhões de toneladas, volume levemente inferior às 10,25 milhões de toneladas obtidas na temporada 2015/16.
Milho
Devido ao cumprimento de contratos da safrinha e aos preços ainda consistentes do milho, Aprosoja-GO e Faeg continuam projetando que a área plantada no verão deve apresentar um crescimento de 10%, chegando a 260 mil hectares. Já a Conab aponta uma área máxima de 251 mil hectares. Cabe destacar que a semeadura do milho costuma ser mais tardia, após o plantio da soja, que é priorizado para que ocorra dentro da janela ideal da cultura.
A Conab informa em seu relatório que, considerando os preços atuais, "a rentabilidade do produtor goiano com o milho está sendo bem maior do que a da soja". Embora isso, avalia que as incertezas com relação às cotações futuras e a melhor liquidez da oleaginosa contribuem para que um pequeno número de sojicultores se arrisquem a trocar a soja pelo milho. Nas regiões onde é possível fazer a segunda safra, acrescenta Palavro, o cereal compete com a combinação soja precoce mais milho safrinha, o que tira sua competitividade na primeira safra.
A produção do milho verão deve alcançar 1,95 milhão de toneladas, projeta a Aprosoja-GO em conjunto com a Faeg, enquanto a Conab estima a colheita máxima de 1,88 milhão de toneladas.