Preço do coco varia em diferentes parques de Goiânia
As vendas caíram e diferenças de preço variam com a localização dos parques . Vendedores de água de coco encontram dificuldades para manter renda
Da Redação
Há muitos anos já se enraizou a rotineira imagem dos parques de Goiânia cheios de pessoas fazendo caminhada, passeando e privilegiando uma vida saudável. E os vendedores de água de coco estão presentes desde o início, oferecendo um produto que não é originário daqui, mas que transmite a sensação de saúde e deixa os espaços de lazer mais agradáveis. No entanto, esse produto variou muito de preço no decorrer dos anos e hoje é motivo de preocupação para os vendedores que dependem dessa renda para viver.
No Parque Flamboyant existe dez quiosques distribuídos dentro do percurso da área de preservação, que segundo o vendedor Ângelo Custode, de 50 anos, a Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA) disponibiliza uma licença para esse tipo de comércio, de forma gratuita contando que os vendedores sejam responsáveis pelo lixo que é gerado da venda do coco, e recolha por meio de lixeiras mais próximas aos quiosques. Por conta da localização do parque, que é uma região nobre da cidade, o preço do coco é maior que em outros parques.
Ângelo conta que é um dos mais antigos vendedores do parque. Ele trabalha no quiosque há nove anos e é do coco que tira sua renda todos esses anos. Ele conta que quando começou a trabalhar lá o coco custava R$ 2 e agora já vale R$ 5. Com o tempo os preços da maioria das mercadorias vai aumentando, acompanhando a inflação, impostos e valor de moeda. No entanto, o vendedor explica que além do aumento normal, o coco vendido no Flamboyant vem do estado de Sergipe, que segundo ele, é de melhor qualidade.
Para trazer esse coco de longe, o vendedor paga na distribuidora o valor de R$ 2,50 em cada produto, e vende a R$ 5 reais, que é um preço padronizado entre todos quiosques. Ele conta que ali naquele parque, os próprios usuários do espaço de lazer exigem melhor qualidade do coco, e isso justifica o preço maior que é cobrado. Mas Ângelo já afirmou que seus dias ali estão chegando ao fim, pois não está vendendo muito e não consegue tirar uma renda suficiente para pagar suas contas, e já decidiu mudar de emprego, depois dos nove anos no ramo.
Barraquinhas
Em visita ao Parque Jardim Botânico, o Jornal O Hoje constatou que apesar do grande fluxo de gente que o parque recebe, ainda não tem tanto comércio de comida e bebida em volta. Encontramos apenas o ambulante Horácio Linhares, de 58 anos, que é atualmente o único vendedor de coco e caldo de cana do parque. Ele conta que começou a vender há um ano, e que leva sua barraquinha diariamente, e fica em torno da reserva esperando os clientes que vêm fazer exercícios nas pistas de caminhada.
Horácio sabe que ainda precisa melhorar o número de clientela para tirar uma boa renda, e seu público alvo chega só no final da tarde, mas desde depois do almoço o vendedor já se apronta para receber os motoristas que passam ali em volta e dão uma paradinha na sua barraca. Ele afirma que o caldo de cana ainda tem maior saída que o coco. E por não vender tanto, ele compra uma quantidade pequena na distribuidora que tem perto do lugar onde estaciona sua barraquinha.
O preço do coco de R$ 5s de Ângelo é bem mais caro que o de R$ 3 do Horácio. Mas é preciso levar em conta a localização desses parques, pois o Jardim Botânico, inaugurado em 1978 no Setor Pedro Ludovico Teixeira, tem uma rotina e fluxo de pessoas diferente da demanda do Parque Flamboyant, ou do Vaca Brava, por exemplo. O Parque Flamboyant, inaugurado em 2007, no Bairro Jardim Goiás, foi um projeto mais elaborado que disponibilizou os espaços dos quiosques.
Parques como o Vaca Brava tem que lidar com um grande número de carros e barraquinhas que disputam espaço nos estacionamentos irregulares em torno da reserva, que no plano diretor, é projetado para ciclistas. Todos os parques de Goiânia têm seu entorno sinalizado com placas e faixas de cor vermelha que indicam o espaço destinado à ciclovia. Mas são poucos os parques que disponibilizam os quiosques para os vendedores, como no Lago das Rosas e o Flamboyant, e a solução é estacionar as barraquinhas o mais perto possível.