Da redação

Após o Tribunal Regional Federal da 1ª Região ter mantido
nesta segunda-feira (5) a liminar que determina que seja realizada nova eleição
na seccional goiana da OAB em até 30 dias, grupos de oposição ao presidente
Lúcio Flávio de Paiva Siqueira já se articulam nos bastidores para sua
“sucessão”. O objetivo é formar um chapão único da oposição, composto inclusive
por advogados que fazem parte da atual administração, mas estariam
insatisfeitos, ou mesmo viabilizar nova candidatura dos grupos que perderam a eleição
realizada em novembro do ano passado.

Enil Henrique de Souza Filho, que ficou em segundo lugar na
eleição de novembro de 2015, ao liderar a chapa OAB Independente, admitiu ontem
ao Rota Jurídica que vai se sentar com o grupo para articularem sobre a possibilidade
de pleitearem nova candidatura caso seja mantida, em grau de recurso, a decisão
do TRF-1. Ontem mesmo o Conselho Federal entrou com pedido de reconsideração
parcial para que seja realizada eleição apenas para os cargos dos três
candidatos considerados inelegíveis: Marisvaldo Cortez Amado (conselheiro
federal), Thales José Jayme (vice-presidente) e Arsênio Pires da Silveira
(conselheiro seccional).

Quem também está mobilizado é o advogado Flávio Bounaduce,
da chapa OAB Forte. Autora do pedido de anulação das eleições em Goiás, a chapa
também está mobilizada. “Meu nome sempre estará à disposição da advocacia”,
frisa Bounaduce ao Rota Jurídica. Além ser candidato numa possível nova
eleição, o advogado acredita que enquanto não houver um desfecho final no caso,
o Conselho Federal deveria nomear um interventor para administrar a OAB-GO. “A
Justiça declarou que a chapa OAB que Queremos não tem mais legitimidade para
administrar a ordem”, diz.

Outro que também não descarta colocar seu nome no escrutínio
é o atual presidente do Sindicato dos Advogados de Goiás (Saeg), Alexandre
Caiado. Opositor ferrenho à diretoria da OAB-GO, ele afirmou ontem ao Rota
Jurídica que “não sou candidato de mim mesmo. As pessoas sabem que nunca fugi
de qualquer desafio”, pondera.

Além de divergências sobre a representação classista, nos
últimos dias, Caiado tem se manifestado contra o fato de que Lúcio Flávio,
eleito pela chapa OAB que Queremos, tem usado o site da instituição para fazer
a defesa da contra as decisões judiciais sobre o caso. “Isso é inconcebível”,
diz Caiado, que emitiu até nota de desagravo sobre isso.