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terça-feira, 26 de novembro de 2024
Telefonia

Brasileiros estão abandonando hábito de usar mais de um chip no celular

Com a queda do preço das ligações entre operadoras diferentes nos últimos anos, os brasileiros estão abandonando o uso de dois chips no celular

Postado em 11 de dezembro de 2016 por Redação
Brasileiros estão abandonando hábito de usar mais de um chip no celular
Com a queda do preço das ligações entre operadoras diferentes nos últimos anos

Para pagar mais barato nas ligações de celular, muitos
brasileiros costumam ter mais de um chip no mesmo aparelho, ou usar
vários aparelhos. Assim, é possível ligar para o número de uma mesma operadora
pagando menos e, às vezes até de graça. Mas esse hábito está mudando no país,
porque o preço das ligações entre operadoras diferentes vem sendo reduzido nos
últimos anos.

“Isso reduziu o fenômeno do ‘consumidor com todos os chips’.
O motivo principal para ter os chips de todas as operadoras era economizar. Com
preços menores de ligações para operadoras distintas, o consumidor percebeu que
poderia ter somente um chip. Com isso, temos a redução do número de
linhas, pois muitos planos pré-pagos estão sendo desativados”, explicou o
pesquisador em telecomunicações do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
(Idec), Rafael Zanatta, à Agência Brasil. 

Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), com
preços menores para chamadas entre operadoras diferentes, o mercado de
múltiplos chips perdeu espaço, gerando cancelamentos dos consumidores
que possuíam linhas móveis de diferentes prestadores. Entre outubro de 2015 e
outubro deste ano, foram desligadas 26,3 milhões de linhas de celulares no
país, uma queda de 9,62%. Só entre setembro e outubro de 2016, a queda foi de
3,5 milhões de linhas. Atualmente, o país tem 247,4 milhões de linhas de
celulares ativas.

A queda maior foi na modalidade pré-paga. Em outubro do ano
passado, 73,5% do total de clientes de celulares tinham linhas pré-pagas e, em
outubro deste ano o percentual passou para 68,75%. A Anatel também aponta a
desaceleração da economia como um dos motivos do encolhimento da base de
acessos móveis.

Mudança de hábito

Outro fator apontado para a queda no número de celulares no
país é a mudança na forma de comunicação dos brasileiros, que estão deixando de
usar o telefone para falar e usando mais aplicativos de troca de mensagens. “As
pessoas estão escrevendo mais do que falando. Preferem aplicações como WhatsApp
e Telegram, pois são práticas e permitem uma comunicação mais fluida”, diz
Zanatta.

Segundo ele, os consumidores perceberam que precisam de
apenas um telefone celular com um bom pacote de dados de conexão. “Todo usuário
de WhatsApp precisa da internet como suporte. As pessoas querem conexão a todo
momento”, diz.

Impostos

As operadoras de telefonia apontam ainda outro motivo para a
queda no número de linhas de celulares ativas no último ano: o aumento de
impostos sobre o setor de telecomunicações em alguns estados. Segundo o
diretor-executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço
Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), Eduardo Levy, 12 estados aumentaram
o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a telefonia
em 2016.

“Na medida em que você aumenta o imposto sobre a voz, você
vai empurrando a população para os serviços de texto que não pagam imposto
nenhum. É um contrassenso o que os estados estão fazendo”, reclama Levy. 

Foto: reprodução

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