Produção de carne de frango deve cair em 2016, diz associação
Em valores, as exportações devem chegar a US$ 6,875 milhões, 4,1% a menos do que no ano passado
A produção de carne de frango deve chegar aos 12,9 milhões de toneladas em 2016, um volume 1,8% inferior ao que foi produzido no ano anterior (13,1 milhões de toneladas), de acordo com dados divulgados hoje (13), na capital paulista, pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Segundo a entidade, as exportações devem aumentar 2% na comparação com 2015, com um total de 4,30 milhões de toneladas embarcadas para o mercado externo. Em valores, as exportações devem chegar a US$ 6,875 milhões, 4,1% a menos do que no ano passado.
Os dados mostram ainda que a disponibilidade interna do produto também deve cair, totalizando 8,47 milhões de toneladas, 4% a menos do que em 2015, quando esse número era de 8,84 milhões de toneladas. Isso deve resultar em retração no consumo por cada habitante, que deve ser de 41,1 quilos por pessoa, ou seja, 4,9% a menos do que em 2015.
Para a carne suína, os dados indicam elevação de 2,4% na produção, que deve ser de 3,7 milhões de toneladas, contra os 3,6 milhões de toneladas do ano anterior. A oferta interna de carne suína retraiu em 3,5%, com 2,9 milhões de toneladas consumidas, o que impactou o consumo anual per capita em 4,9%, reduzindo de 15,2 quilos em 2015 para 14,4 quilos em 2016.
De acordo com a associação, as exportações da carne de porco devem ser 30% maiores do que no ano passado, chegando às 720 mil toneladas comercializadas fora do país. Em valores o setor encerra o ano com faturamento de US$ 1,444 bilhão, 13% acima do ano passado.
A estimativa indica também que a produção de ovos deve ser de 39,1 bilhões de unidades em 2017, número que fica 8% abaixo das 39,5 bilhões produzidas em 2015. Com isso, o consumo de ovos por pessoa deve crescer 0,7%, chagando a 190 unidades (contra 191 unidades de 2015).
Na avaliação da ABPA, a crise econômica que afetou o país, gerando desemprego e retraindo o consumo, refletiu no setor de proteína animal. Outros fatores que afetaram o setor foram a oscilação do câmbio, escassez de crédito e juros elevados, alta dos insumos. “O setor vinha em um crescimento que aumentava as perspectivas, mas fecharam empresas este ano, e sei de, no mínimo, quatro, por causa da crise”, disse o presidente da entidade Francisco Sérgio Turra.
Previsão
Para 2017, a entidade prevê que a carne de frango terá uma elevação de 3% na produção e 5% nas exportações. Para a carne suína, a elevação deve ser de 2% na produção e 5% nas exportações. O setor de ovos deve ter crescimento de 2% na produção e 3% nas exportações.
“O mercado tem uma análise positiva para 2017, com a possibilidade de abertura de novos mercados para continuar a vender. Para o mercado interno, infelizmente, a presença de proteína diminuiu na mesa do consumidor por causa da crise. Nós confiamos na retomada da confiança do brasileiro e que volte a crescer em 2017”, disse o vice-presidente de mercado da ABPA, Ricardo Santin.
(Agência Brasil)