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terça-feira, 26 de novembro de 2024
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RETROSPECTIVA

Confira os 10 melhores álbuns internacionais de 2016

Do canto do cisne de Cohen e Bowie à veia militante de Beyoncé e Alicia Keys, esses são os melhores álbuns gringos de 2016

Postado em 21 de dezembro de 2016 por Sheyla Sousa
Confira os 10 melhores álbuns internacionais de 2016
Do canto do cisne de Cohen e Bowie à veia militante de Beyoncé e Alicia Keys

JÚNIOR BUENO

 

Se David Bowie não tivesse morrido, Blackstarencabeçaria esta lista? Vamos por partes: o álbum anterior, The Next Day, lançado em 2013 após uma década de ausência foi considerado (mais) uma reviravolta  na carreira de Bowie, recebendo toda a atenção de mídia e crítica, e sendo considerado um dos melhores daquele ano.O raciocínio é básico: Blackstar é melhor que The Next Day. Logo, certamente tem que estar aqui. Contido, elegante, introspectivo, em certos momentos lembrando a fase Berlim do artista, o disco merece destaque na discografia de Bowie, o que não é pouco. Blackstar é um grande álbum, planejado meticulosamente por David Bowie para ser o seu canto do cisne.

 2- Lemonade, Beyoncé

Quando você é a Beyoncé, cometer erros se torna o único luxo que ninguém é capaz de te conceder. Do Destiny’sChildaté hoje, ela construiu cuidadosamente uma carreira, mas foi em seus últimos trabalhos que assumiu uma postura digna à figura antes vista apenas pelos fãs, da artista incomparável e inigualável, uma das poucas da ‘última safra de divas pop’, capazes de se unir ao clube onde só entra gente do nível de Michael Jackson, Prince, Madonna e David Bowie. Falando abertamente sobre racismo e violência, a limonada de Beyoncé pode descer um pouco azeda para alguns, mas está no ponto para quem queria um pop mais pensante e o álbum foi sorvido como um copo de refresco gelado em um dia muito quente.

3- A MoonShaped Pool, Radiohead

Numa era em que as revoluções musicais são conduzidas por artistas de hip-hop e eletrônico, a banda Radiohead suspira inovação roqueira. Cada novo disco do quinteto inglês é um atestado artístico, um testemunho vanguardista, uma tomada de pulso dos nossos tempos – e do próprio estado de espírito inquieto de ThomYorke e companhia. A MoonShaped Pool se desenrola como uma crônica sobre perdas, medos e anseios.Sutil como sempre, Yorke compartilha suas impressões sobre a falência da raça humana em canções como Identikit e Ful Stop. Um disco pensativo e agitado sobre os loucos e ríspidos tempos atuais.

4- Blonde, Frank Ocean

A ansiedade do público com os diversos teasers, que anteciparam o álbum até a chegada do disco novo em si,não foi em vão. O álbum foi lançado após a decisão do rapper de romper com o selo Def Jam, o que mostra que Ocean está menos preocupado com contratos e com o que os executivos estão pensando e mais focado no que quer. Blonde corresponde às expectativas porque é exatamente o que Ocean queria fazer. O disco é um mar intenso de sentimentos, lirismo e beleza, onde ele faz sua mistura única de rap com falsetes de R&B em arranjos densos e abstratos. Ele está mais introspectivo e o disco é emocionalmente muito rico. 

5- We Got It From Here… ThankYou 4 Your Service, A TribeCalled Quest: 

Pela primeira vez em 18 anos o grupo de hip hop lançou um álbum inédito.Este é o sexto trabalho dos rappers do Queens e mantém todos esses elementos de amalgamação. Afinal, é disso que se trata o Quest: jazz, R&B, rap e, principalmente, composições em nível afiadíssimo de inteligência e crítica.Para essa espécie de despedida (a banda não deve lançar mais álbuns), convidaram um ‘dreamteam’: Jack White, Elton John, KendrickLamar, Kanye West, André 3000 e mais. A sorte é que o grupo conseguiu gravar o disco inteiro antes da morte de PhifeDawg em março deste ano, aos 45, por complicações com o diabetes.Por isso toda a energia vibrante e visceral do grupo ressurge integralmente no disco. 

6- Here, Alicia Keys 

Se em Girl onFire, lançado em 2012, Alicia Keys resolveu passar uma imagem de grande artista pop pegando fogo, em Here, seu sexto trabalho na carreira, a cantora falou sobre os mais diversos aspectos da vida pessoal e da sociedade. Em junho, ela declarou que deixaria de usar cosméticos, buscando realçar a sua beleza e seu jeito de ser natural, indo na contramão da imagem de ‘diva pop superproduzida’. A mudança estética acabou orientando uma mudança em sua visão de mundo. Here só confirma o quanto sua carreira tem dado certo e o quão bem Alicia sabe impor seu som simples e marcante. Sem aludir a modismos baratos, Keys soa acessível o bastante sem prejudicar a sua identidade sonora, sendo direta e clara nas referências que a norteiam.  

7- YouWant It Darker, Leonard Cohen

Outro  testamento em forma de disco. Cohen lançou esse álbum um pouco antes de morrer, aos 82 anos. O discotrouxe um tom bastante sóbrio, por vezes até um pouco soturnos. “Estou pronto, meu Senhor”, ele canta em YouWant It Darker. Sim, Cohen mostrou-se pronto para morrer. E não há nada de especialmente triste nisso. Poucas vezes se viu um epitáfio tão classudo e poético como esse. 

8- Post Pop Depression, Iggy Pop

Do início dos anos 70, quando surgiu com os Stooges, uma espécie de ‘pai do movimento punk’, Iggy cometeu todos os tipos de excessos possíveis e é quase um milagre que esteja vivo. Então não chega a surpreender que Pop tenha unido forças com outro bad boy, o cantor, guitarrista e líder do Queens Of The Stone Age, Josh Homme. O resultado é uma coleção de ótimas músicas.  

9- Joanne, Lady Gaga 

Joanne é o retorno da diva à pop music depois de saturar sua imagem em experimentações que foram do surpreendente ao mais do mesmo. O álbum desfia confissões íntimas sobre abusos, inseguranças e lúpus. Gaga está mais confiante sobre que mensagem quer passar e é direta e crua. Os fãs estranharam a nova encarnação da artista, mas é a mesma cantora, só que sem as camadas de maquiagem de antes. O bate-cabelo ainda reside ali, mas, agora, o pop pensa e quer fazer as pessoas pensarem. 

10- Hardwired… To Self-Destruct, Metallica

De pontas de lança do cenário musical independente a megaestrelas, eles já passaram por tudo. Lidaram com a perda de um integrante em um acidente fatal, passaram por um quase suicídio artístico quando lançaram St Anger e fizeram terapia em grupo. Após um recesso de oito anos sem um novo álbum, os integrantes do Metallica resolveram fazer o mesmo que sua legião de fãs: olharam com carinho para os idolatrados álbuns Master Of Puppets e …And Justice For All e fizeram um trabalho que é uma espécie de filho espiritual daqueles dois favoritos. Nunca o Metallica soou tão próximo de clássicos como Battery ou Harvester Of Sorrow. O que para os fãs soa como música. Literalmente. 

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