O fonoaudiólogo como protagonista no âmbito hospitalar
Atuação de profissional da área no Huapa é fundamental para boa evolução do quadro clínico de pacientes, especialmente devido ao tratamento à disfagia
Quem lida com a voz ou com a audição em seu dia a dia de trabalho, conhece e reconhece a importância de um acompanhamento com um fonoaudiólogo. Para locutores, repórteres, professores e cantores, esse tratamento pode significar qualidade de vida e até sucesso profissional. Porém, poucos sabem que o trabalho de um fonoaudiólogo pode ir bem além de habilitar e reabilitar a voz, a audição, a motricidade oral, a leitura e a escrita.
Em um ambiente hospitalar, sua atuação também é essencial por diversos outros motivos. Em uma unidade com perfil de atendimento a recém-nascidos e gestantes, o profissional tem o bonito papel de auxiliar os bebês que têm dificuldade para amamentar a conseguirem realizar a pega correta da mama, entre outras funções, como realizar massagem extra-orais e estímulos intra-orais em bebês prematuros. Em um hospital com especialidade em traumas, a sua presença também é elementar.
No Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa), que recebe em média 100 pacientes em situação de urgência e emergência todos os dias, muitos deles com o quadro neurológico grave, o profissional da área é muito atuante. Segundo o neurologista da unidade, Sávio Beniz, a parceria entre a equipe médica e a fonoaudiologia no âmbito hospitalar é fundamental para uma boa evolução do quadro clínico dos pacientes. “Eu, como neurologista, não consigo imaginar um hospital sem o acompanhamento de um fonoaudiólogo. Independentemente da gravidade do comprometimento da lesão neurológica, o tratamento realizado pelo profissional é determinante para que um trauma não acarrete em várias outras doenças”, afirma.
A fonoaudióloga do Huapa, Suely Ottoni, explica que sua principal atuação na unidade se dá com pacientes que apresentam disfagia – uma condição caracterizada pela dificuldade ou incapacidade de engolir, muito frequente em pacientes que sofrem traumas neurológicos ou aqueles com tumores na garganta e na boca. “Como compromete a deglutição, a disfagia pode resultar em desnutrição e desidratação, o que compromete o quadro clínico do paciente caso não seja tratado e solucionado de forma eficaz”, explica. Assim sendo, ela conta que procede de forma precoce, preventiva e intensiva, de maneira que consiga intervir para minimizar os riscos de que os pacientes possam vir a ter devido a uma doença de base – como Parkinson, Acidente Vascular Cerebral (AVC), Traumatismo Craniano Encefálico (TCE), entre outros.
“Outra ameaça é que o paciente com disfagia pode evoluir para uma pneumonia broncoaspirativa e com isso prolongar os dias dele no leito do hospital ou até podendo levá-lo à morte”, completa Suely. A fonoaudiologia então atua justamente para que todos estes desgastes sejam evitados e prevaleça, acima de tudo, a vida. Segundo a diretora geral do Huapa, Sônia Aziz, “essa é uma área da saúde que a cada dia se torna mais importante na recuperação de pacientes hospitalizados”. Ela conta que percebe como a visão do profissional é imprescindível para garantir o mecanismo funcional que envolve a fonoarticulação, a linguagem e as funções neurovegetativa. “Em um hospital, o papel de cada profissional da saúde é fundamental. Todos sabem que sem médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, psicólogos e nutricionistas, uma unidade hospitalar não funcionaria, e o mesmo ocorre com fonoaudiólogos”, reforça a diretora geral.