Mercado financeiro projeta inflação de 4,87% para 2017
Diante da recessão econômica e da melhora na inflação, o BC tem sinalizado que pode intensificar o corte da taxa básica de juros, a Selic
O mercado financeiro espera que a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fique em 4,87% este ano. A expectativa é que a inflação se situe bem abaixo da projetada para 2016, que passou de 6,40% para 6,38%, de acordo com pesquisa semanal – Boletim Focus – do Banco Central (BC) feita junto a instituições financeiras e divulgada às segundas-feiras.
Diante da recessão econômica e da melhora na inflação, o BC tem sinalizado que pode intensificar o corte da taxa básica de juros, a Selic. Nas suas duas últimas decisões, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC cortou a Selic em 0,25 ponto percentual. Atualmente, a taxa está em 13,75% ao ano. A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 10 e 11 deste mês.
Para as instituições financeiras, a Selic encerrará 2017 em 10,25% ao ano. A previsão – divulgada na semana passada – era 10,50% ao ano. A Selic é um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação. Quando o Copom aumenta a Selic, a meta é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação.
A projeção de instituições financeiras para o crescimento da economia (Produto Interno Bruto – PIB – a soma de todas as riquezas produzidas pelo país) este ano permanece em 0,50%. (Agência Brasil)
IPC-S acumula alta de 6,18% em 2016, diz FGV
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) acumulou alta de 6,18% entre janeiro e dezembro de 2016. Na última semana do ano, a inflação medida pelo índice divulgado pela Fundação Getúlio Vargas teve alta de 0,33%, 0,09 ponto percentual acima do registrado na semana anterior.
A elevação foi puxada por seis das oito classes de despesa pesquisadas. O grupo de transportes teve alta de 0,78%, contra 0,55% na aferição anterior. A gasolina teve forte influência nesse resultado ao passar de 0,76% para 2,05%.
Os gastos com alimentação fecharam a última semana do ano com inflação de 0,44%, contra 0,35% no período anterior. As despesas com saúde e cuidados pessoais passaram de 0,63% para 0,71%. Os itens relacionados à comunicação subiram de 0,10% para 0,25%. As despesas diversas variaram de 1,14% para 1,50%.
Os grupos habitação, educação, leitura e recreação apresentaram queda na inflação na última semana do ano, O primeiro caiu de -0,64 para -0,67 e o outro de 1,05% para 0,95%.
Ao longo do ano, os itens com maiores influência para a alta foram: planos de saúde (13,2%), tarifas de ônibus urbano (9,6). (Agência Brasil)