Neto diz que não guarda mágoas
O defensor destacou que a vida é “muito curta” para armazenar sentimentos ruins
Da redação
Um dos seis sobreviventes do acidente aéreo da Chapecoense do último dia 29 de novembro, que deixou 71 mortos e seus feridos, o zagueiro Neto afirmou que não guarda mágoas dos responsáveis pelo acidente. Em entrevista coletiva, na qual não conseguiu esconder a sua voz ainda fragilizada, o defensor destacou que a vida é “muito curta” para armazenar sentimentos ruins.
“Não fico com raiva de ninguém, não. Lógico que foi uma loucura o que aconteceu. Eu lembro bem, a gente estava tranquilo, mas não consigo ter raiva do que o piloto fez. Creio que na nossa vida, quando se lê a Bíblia, você entende o que Deus quer da nossa vida, ele deu livre arbítrio para cada um e muitos vivem vida de rei aqui, roubando, eu consigo entender que a vida não é só isso para cada. A vida é curta, passa rápido. Se perguntar para um idoso de 80 anos, ele vai falar que a vida passa rápido”, disse, agradecendo a Deus pela vida.
Ele lembrou que foi o último a ser socorrido, ficando oito horas sem atendimento médico. Em sua análise, isso é uma dádiva. “Muitos falavam que eu fiquei vivi oito horas sem socorro porque eu sou um atleta, mas não tem nada disso. Foi Deus quem me permitiu ficar vivo”, completou
O zagueiro também comentou sobre a expectativa de voltar aos gramados. A previsão inicial de retorno é de mais seis meses. Apesar do tempo, ele revelou que consegue lidar bem com a ansiedade. O mais difícil agora é controlar as emoções.
“Tem sido tudo muito demorado, com algumas dores ainda, tive algumas fraturas. Não é mais o Neto de antes do acidente. Tenho que ter paciência. Eu fico muito em casa. Procuro ver futebol e fico imaginando quando eu voltar. Quando me vejo entrando em campo, fico emocionado, mas sei que não vou poder me emocionar assim mais”, finalizou o zagueiro.