Projeto da Toctao reduz custos na construção civil
Estação compacta de tratamento de efluentes de obras conquista prêmio máximo da construção nacional
O projeto Ecoágua, que deu origem à construção de uma estação compacta e portátil de tratamento de efluentes de obras, intitulada Mini ETE, conquistou o maior prêmio da indústria da construção civil, o 21º Prêmio CBIC de Inovação e Sustentabilidade 2016. Desenvolvido pelo Grupo Toctao, de Goiânia, em parceria com o SENAI-GO, o projeto foi contemplado na categoria Gestão da Produção e P&D, e buscou atender uma demanda do mercado, uma vez que não existe disponível para comercialização, um equipamento para tratamento de resíduos líquidos que seja compacto, de baixo custo, fácil operação e portátil, e que possa atender às necessidades das construtoras.
A problemática enfrentada pelo Grupo Toctao foi a de destinar adequadamente os efluentes dos seus processos de execução nas edificações, especialmente dos serviços de pintura, produção de argamassa e aplicação de concreto, bem como do uso dos chuveiros dos vestiários pelos funcionários. A cada 25 minutos o equipamento gera 300 litros de água de reuso tratada. O produto final é uma água transparente e inodora, com totais condições sanitárias para manuseio e que pode ser utilizada para qualquer fim, menos para o consumo humano, explica a gestora ambiental da Toctao, Cinthia Martins, que coordenou o projeto. “A Mini ETE foi pensada e desenvolvida nos três vieses da sustentabilidade, por contemplar questões sociais, ambientais e econômicas. Além do ganho ambiental, a máquina gera uma economia de água que é revertida em uma redução da conta de água”, detalha Cinthia.
Atualmente, a Toctao paga pelo metro cúbico de água potável da Companhia Saneamento de Goiás (Saneago), consumida na obra do Aparecida Shopping (onde o equipamento protótipo está localizado), o valor de R$ 15, enquanto o custo da água de reuso tratada pela Mini ETE é de R$ 3,35, um valor 4,47 vezes menor, que reduz o uso de água potável em cerca de 80%, gerando uma economia na conta de água de cerca de R$ 10.200,00 por ano. Os valores são estimados em um consumo médio no canteiro de 5m³ (5 mil litros) por dia, por 20 dias por mês, durante 12 meses, o que totaliza 1.200 m³ de água. Esse consumo diário equivale à necessidade de água de até oito famílias. “A ideia é que a Mini ETE seja uma alternativa viável a qualquer obra, mesmo que o seu projeto não ofereça este recurso sustentável”, adianta Cinthia.
Impacto ambiental
O ineditismo do equipamento rendeu ao projeto outras duas premiações recebidas no mês de novembro de 2016, o 1º Prêmio Construir Mais de Boas Práticas, do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de Goiás (Sinduscon-GO) e o 15º Prêmio Crea Goiás de Meio Ambiente, ambos na categoria inovação tecnológica. Contudo, mais do que o equipamento em si (Mini ETE), a premiação do projeto se deu por todo o processo de desenvolvimento tecnológico e o impacto da inserção da pesquisa e produção de inovações na gestão da empresa, tendo sido avaliados os critérios: sustentabilidade ambiental, impacto social, viabilidade, industrialização, funcionalidade, impactos dos processos e originalidade. “O projeto Ecoágua, é um exemplo de que ideias simples podem ser transformadas em inovações tecnológicas para reduzir o impacto ambiental da construção civil”, comentou o diretor de produção da Toctao, Bruno Alvarenga de Menezes, durante o recebimento do prêmio, na última quarta-feira (14), durante cerimônia em Brasília.
O Grupo Toctao atua em diferentes setores da engenharia – prestação de serviços de construção, energia, concessão de saneamento, urbanismo e incorporação imobiliária. Seus projetos são desenvolvidos a partir de sistemas gerenciais modernos, aliando conhecimento técnico, planejamento e pesquisa, buscando sempre chegar a soluções construtivas sustentáveis, eficientes e inovadoras. O grupo tem como missão atuar de forma ética com responsabilidade social e ambiental, seja na indústria da construção, nos negócios desenvolvidos ou nas empresas coligadas.