Júnior Bueno

Não é qualquer um que vive de fazer música em Goiânia que pode dizer, sem soar esnobe: “A gente está feliz em fazer o nosso trabalho do jeito que a gente gosta”, diz Sérgio Seddi, guitarrista da Liga Joe. O projeto da banda parece uma aposta segura em um mercado instável. Afinal, não há segredo nenhum fazer covers das músicas que as pessoas já conhecem e sentem falta de ouvir. Mas o diferencial, segundo Sérgio, é que a banda não nasceu para suprir uma lacuna de mercado; ela surgiu porque eles acharam que seria divertido tocar clássicos do rock para as pessoas. Simples assim. “As pessoas gostam do que é sincero”, complementa.

Em um mercado saturado em que muita gente acaba se rendendo a repertórios que nem gosta tanto assim só para ter um lugar ao sol, viver de cantar as músicas preferidas parece mesmo um sonho. “As pessoas sentem falta de ouvir músicas de quando eram mais jovem, e os mais jovens acabam descobrindo músicas que não conheciam e acabam gostando”, diz Gustavo Voz, vocalista da banda. O repertório, que vai de Beatles a Bon Jovi e muito rock brasileiro, agrada em cheio a pais e filhos. 

A Liga Joe nasceu em 2006, quando a banda lançou seu primeiro trabalho autoral em CD, intitulado Liga Joe, contendo 11 músicas próprias, produzido pela própria banda. Antes disso, eles tocavam juntos, havia alguns anos, e tinham um trabalho já conhecido na noite goiana, mas com outro nome. Porém a gravação do CD e o nome Liga Joe foi um marco para que a banda pudesse mostrar sua própria cara com seu trabalho. Em 2007, a banda teve uma música incluída em uma coletânea de bandas independentes de todo o Brasil, intitulada Comunidade Independente, lançada pelo produtor Rick Bonadio. 

Este projeto surgiu na comunidade do produtor, no Orkut, onde foram selecionadas 14 bandas independentes de todo o Brasil. Dentre mais de 60 bandas que enviaram material, a Liga Joe foi escolhida para abrir o CD com a faixa Lua (Traz Ela de Volta), que ficou entre as dez músicas mais pedidas das maiores rádios pop de Goiânia, alcançando por várias vezes a primeira posição. Naquele ano, o vocalista Gustavo Voz, com a saída do baixista da banda, assumiu o contrabaixo. 

Assim, a Liga Joe tornou-se um ‘power trio’, composto atualmente por: Gustavo Voz (baixo e voz), Sérgio Seddi (guitarras) e Vinícius Montelo (bateria), que vestiu a camisa da Liga em 2012. Gustavo Voz e Sérgio Seddi estão juntos desde 2001, quando começaram a tocar juntos. Em 2008, a banda gravou seu primeiro DVD, intitulado Tributo ao Rock, que foi lançado em 2009 e contém, além das músicas próprias da banda, clássicos que fizeram a história do rock. Em 2011, foram lançadas mais duas músicas inéditas: Motivos Pra Viver e Tentando Fingir. 

Com o sucesso do primeiro DVD, a banda gravou seu segundo DVD intitulado Tributo ao Rock 2. Este DVD segue o mesmo formato do primeiro, com músicas próprias mesclando com clássicos do rock. As participações especiais neste show contaram com grandes nomes da música goiana, como Anderson Richards (Mr. Gyn) e Chocolate (Baterista do Lulu Santos). O show de gravação foi realizado no Shopping Bougainville, em Goiânia, e alcançou recorde de público no local.

Eles se consideram precursores de festas e shows nostálgicos dos anos 80 e 90 que invadiram o País em meados dos anos 2000 – mas sem abrir mão de ter também um trabalho autoral. A banda também já dividiu o palco com vários artistas nacionais, como Biquini Cavadão, NX Zero, Capital Inicial, Ira!, Banda Catedral e Tihuana, e ainda, acompanhando o cantor Paulo Ricardo, do RPM, em um show do artista em Goiânia. Além disso, os shows já foram vistos em diversos Estados e cidades do País. 

E os músicos não param: chegam a fazer quatro shows por semana nas principais casas de Goiânia. Hoje (20), por exemplo, eles sobem ao palco do Café Nice. No domingo (22), é a vez do bar Cerrado. No sábado (21), eles tocam pela primeira vez no Bolshoi Pub, em uma festa chamada justamente de Somos Tão Jovens, com um repertório recheado de medalhões da década de 1980. “Nós vamos tocar coisas que vão surpreender muita gente, músicas que há muito tempo as pessoas não ouvem”.