Força-tarefa começa a atuar em presídio do Rio Grande do Norte nesta quarta-feira
A força-tarefa é composta por agentes penitenciários cedidos pelo governos estaduais e federal para atuar em presídios onde ocorram rebeliões
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse nesta
terça-feira (24) que os primeiros homens da Força-Tarefa de Intervenção
Penitenciária devem começar a chegar ao Rio Grande do Norte a partir desta
quarta-feira (25), quando a autorização dele para a liberação do grupo será
publicada. A força-tarefa é o braço penitenciário da Força Nacional de
Segurança e é composta por agentes penitenciários cedidos pelo governo federal
e por governos estaduais para atuar em presídios onde ocorram rebeliões.
Antes da formação deste grupo, a Força Nacional não podia
atuar em presídios, por ser composta basicamente por policiais militares. Os
agentes penitenciários da força-tarefa são treinados e/ou têm experiência para
atuarem nessas instituições e utilizarão equipamentos específicos. “Quem cuida
de presos, quem sabe o protocolo em relação aos presos são os agentes
penitenciários”, disse o ministro.
No total, a força-tarefa terá 100 agentes, dos quais uma
parte irá imediatamente para o Rio Grande do Norte a pedido do governador
Robson Faria. Eles vão ajudar a manter a ordem na Penitenciária Estadual de
Alcaçuz, em Nísia Floresta, região metropolitana de Natal enquanto ocorrem as
obras de reconstrução do presídio, que foi depredado após a última rebelião.
Mais cedo, tropas especiais da Polícia Militar voltaram a
entrar em Alcaçuz. Segundo a Secretaria Estadual da Segurança Pública e da
Defesa Social, os policiais vão revistar as celas e dependências da unidade em
busca de armas, aparelhos celulares e drogas, além de recontar os detentos e
garantir a segurança das equipes que estão erguendo um muro de contêineres para
separar os presos de facções criminosas rivais.
A Penitenciária de Alcaçuz vive uma guerra entre duas
facções desde o dia 14 de janeiro, quando pelo menos 26 presos foram
assassinados brutalmente e boa parte da unidade passou a ser controlada pelos
detentos. Agora, o plano das autoridades de segurança pública é manter homens
das três tropas especiais no interior do estabelecimento até a conclusão da
instalação dos seis últimos contêineres, antes de iniciar a construção do muro
definitivo, de concreto, que dividirá a área interna da penitenciária.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública e da Defesa
Social, o muro definitivo deve ficar pronto em pouco mais de 15 dias. As placas
pré-moldadas já foram encomendadas e, segundo o fabricante, devem ser entregues
em cerca de dez dias.
Foto: (Andressa Anholete/AFP)