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quarta-feira, 27 de novembro de 2024
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CARNAVAL

Manual de sobrevivência do folião do século 21

O ‘Essência’ preparou um guia para curtir os bloquinhos de Carnaval, com bom humor, prestando atenção na saúde e com dicas para uma festa se

Postado em 19 de fevereiro de 2017 por Sheyla Sousa
Manual de sobrevivência do folião do século 21
O ‘Essência’ preparou um guia para curtir os bloquinhos de Carnaval

Júnior Bueno

Nos dias de Carnaval, as ruas do Brasil inteiro se enchem de foliões que querem aproveitar ao máximo cada minuto. Blocos, trios elétricos, desfiles de escolas de samba… Não faltam opções para se divertir. Mas é importante tomar certos cuidados para conseguir chegar ao último dia de folia com a mesma animação que os primeiros. Então, antes de cair na folia, preste atenção a algumas dicas básicas para você não enfiar o pé na jaca e estragar a comemoração logo no primeiro dia.

Hidratação – A maioria das pessoas se esquece de tomar dois litros de água por dia – que dirá na rua pulando o Carnaval, não é? A dica é deixar sucos e refrigerantes, de lado, e levar na mochila uma garrafa de água para ser cheia sempre que possível. Sério! Não deixe de tomar água, caso contrário, você pode estragar a sua festa por estar desidratado.

Alimentação – Tome um belo café da manhã antes de cair na folia, afinal, é como dizem por aí: saco vazio não para em pé! E, se possível, leve frutas e snacks na mochila para petiscar durante o dia.

Documentos – Lembra quando sua mãe falava para não sair de casa sem eles? Então! Ela está com a razão. Nunca se sabe se e quando você vai precisar deles.

Roupas confortáveis – Estar bem-vestido e maravilhoso é essencial, certo? Ok, mas, depois da terceira hora caminhando sem parar, você vai perceber que conforto é mais importante. Não seja cafona e dê folga para os saltos nos dias de folia. Seus pés vão te agradecer! E use roupas leves, nada de muito apertado, estamos no Brasil, um calorão nesta época do ano.

Protetor Solar – Você sabia que a pele é o maior órgão do seu corpo, né? Então não menospreze a informação e passe protetor solar antes de sair de casa. É importante passar protetor solar com fator mínimo de 30, usar bonés e óculos com proteção UVB. 

Beba com moderação – Beber não é e nunca será o problema. A grande questão é tomar cuidado para além de não passar do limite, não cair na bobeira de comprar bebidas falsas e adulteradas na rua. Por causa disso e para economizar, uma ideia é levar o seu próprio isopor – veja como preparar o seu aqui.

Black face não – A coisa mais legal do Carnaval é se fantasiar, abusando da criatividade. Mas se vestir de ‘nega maluca’ pintando o rosto com tinta preta é uma coisa muito racista, ofensiva mesmo. Se você acha legal usar um estereótipo para fazer uma ‘piada’ sobre um assunto sério, como racismo, repense.

Camisinha – Se Carnaval é sinal de pegação para você, não ouse sair de casa sem um pack caprichado de preservativos, aainal, ninguém merece engravidar de um desconhecido ou pegar alguma DST durante o feriadão, não é mesmo?

Leve o bom humor com você – Carnaval é um momento de alegria e comemoração, então deixe o mau humor, em casa, e saia para se divertir. E, claro, se você for acompanhado, releve cantadas que seu parceiro receber, por favor. É muito mais fácil ignorar um bêbado chato do que arrumar uma briga no meio da muvuca. 

 

Divirta-se sem descuidar da saúde 

Alguns cuidados devem ser tomados a fim de evitar que as comemorações tragam consequências nada agradáveis para a saúde. Muitas patologias se alastram nesta época do ano, como a infecção urinária, porque alguns hábitos se propagam facilmente, dentre eles, segurar a urina, devido à disponibilidade restrita de banheiros em festas de rua ou a oferta de recintos com poucas condições de higiene; pouca ingestão de água; atividade sexual desregrada. 

De acordo com a ginecologista Regina Paula Ares, da cidade de São Paulo, há maneiras simples de aproveitar a folia sem favorecer a proliferação de microrganismos ofensivos ao organismo. “A primeira medida é aumentar o consumo de líquidos naturais, seja por meio de água, sucos, chás e água de coco, por exemplo. Destaco que bebidas industrializadas, alcoólicas ou refrigerantes não colaboram para a hidratação e podem até contribuir para que algumas condições se desenvolvam. No entanto isso não significa que não possam ser ingeridos. O segredo é evitar excessos”, ressalta a médica. 

Outra dica importante é não segurar a urina, pois o hábito pode favorecer a proliferação de bactérias na bexiga. Para se proteger no caso de utilizar banheiros em más condições, por exemplo, o folião pode levar protetores de assento, cones para que não encoste nos vasos e até lenços umedecidos para garantir uma higiene mais assertiva. Já quanto ao ato sexual, medidas preventivas devem ser consideradas. Apesar de a infecção urinária não ser contagiosa, durante o sexo a área genital feminina fica especialmente predisposta a contrair a patologia. “No momento da relação sexual, a vagina tem contato com diversas bactérias que podem migrar para a bexiga. Sendo assim, além do uso de preservativos, a sugestão é higienizar o órgão sexual logo após a prática”, afirma a especialista.

Além disso, é válido ressaltar que a incidência da patologia aumenta consideravelmente, no verão, quando acontece o Carnaval. Uma das razões é o costume de quem escolhe festejar no litoral e passa a maior parte do dia com o mesmo biquíni ou maiô ou com bermuda molhada. A umidade facilita a disseminação de bactérias. 

Regina ainda lista outras dicas simples que podem ajudar a prevenir e evitar a infecção urinária no dia a dia, dentre elas, tomar banho com água corrente com temperatura alta e pouco sabonete; evitar as roupas de fibras sintéticas, principalmente no calor; trocar frequentemente os tampões e os absorventes no período menstrual. “A minha mensagem aos foliões é: aproveitem o Carnaval, mas, enquanto se divertem, não descuidem da saúde”, finaliza. Porém

A especialista ainda alerta que “a partir da identificação dos sintomas é sempre importante consultar um médico para um diagnóstico mais preciso e tratamento adequado. Analgésicos urinários e antibióticos podem ser recomendados para eliminar o quadro”.

 

Por um Carnaval sem assédio sexual 

Uma rodinha de homens em volta de uma mulher, que só pode sair dali após beijar todos; uma ‘gravata’ no pescoço,  e a moça só pode se desvencilhar depois de ‘pegar’ o autor do golpe; um puxão de braço ou cabelo para ‘atrair’ a foliã e roubar um beijo. Atitudes como essas poderiam ser vistas como assédio ou abuso no dia a dia – mas são comuns no Carnaval. Recentemente, porém, grupos de mulheres se uniu para combatê-las e promover uma festa com respeito ao direito de escolha.

O site Catraca Livre lançou, neste ano, a campanha #CarnavalSemAssédio com o objetivo de lutar por respeito na folia. Em seu segundo ano, a iniciativa tem como parceiras a revista Azmina e os coletivos Agora É Que São Elas; Nós, Mulheres da Periferia e Vamos juntas?. Segundo o site, uma leitora disse ter seu corpo tocado no Carnaval de 2015. Outra relatou uma tentativa de estupro ao sair de um bloco de rua.

Paquerar, beijar e se divertir são coisas que fazem parte de toda folia, mas com uma condição: é preciso respeitar o corpo do outro. O site preparou uma lista com sete situações que mostram o que se pode fazer e, sobretudo, quais atitudes nunca tomar, para se divertir no Carnaval sem ser machista e assediador. Primeiramente, o óbvio: Não toque sem permissão no corpo de nenhuma mulher. Não pode puxar a mulher pelos cabelos, agarrar sem permissão ou não permitir que ela se movimente. Isso não tem nada a ver com ‘ter pegada’.

Se duas mulheres estão se divertindo juntas, de mãos dadas ou trocando carinhos, isso não é um convite para que um homem se meta no meio nem queira fazer um trenzinho. Fantasia também não é um convite para o assédio: nada de chegar pegando e desrespeitando a moça, porque seu traje é assim ou assado. Se uma mulher diz ‘não’, isso quer dizer exatamente ‘não’. Respeite e parta para a outra; não insista. Acredite: existem homens que agridem verbal e fisicamente as mulheres que não os querem no Carnaval.

Também é uma pisada na bola forçar um beijo ou algo a mais. Eu disse pisada na bola? Desculpe-me, eu quis dizer crime mesmo. O nome disso é estupro. E se ela estiver bêbada demais para consentir? Nada de se aproveitar disso. Também não se aproveite de aglomerações nos blocos para abusar das ‘minas’; não seja racista com as mulheres negras, geralmente hipersexualizadas durante o Carnaval. Garanto que não vai doer nem cair o ‘pipi’ ser um sujeito respeitador! 

 

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