RHUDY CRYSTHIAN 

O Ministério da Agricultura confirmou nesta segunda-feira que a China suspendeu a entrada de carne brasileira no país até o Brasil prestar esclarecimentos sobre suposto esquema de fraude em inspeções, revelado pela Polícia Federal, envolvendo pagamento de propina para a liberação de produtos sem fiscalização adequada.

O Ministério da Agricultura do Chile também já barrou a entrada do produto brasileiro em território chileno. A União Europeia, um dos principais mercados do Brasil afirmou que deve intensificar a fiscalização em torno das importações brasileiras e que todas as empresas envolvidas na Operação Carne Fraca devem ser barradas. 

Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), as exportações de carne do Brasil à China somaram 1,75 bilhão de dólares no ano passado, respondendo por cerca de 13 por cento do total.

A decisão chinesa ocorre após a Coreia do Sul intensificar as fiscalizações de carne de frango importada do Brasil e banir temporariamente as vendas de produtos de frango da BRF, maior produtora de carne de frango do mundo.

O Ministério da Agricultura afirmou não ter recebido ainda comunicado formal tanto da Coreia do Sul quanto da UE.

Em resposta, o Ministério da Agricultura informou que uma fábrica da BRF em Mineiros (GO) e duas unidades da Peccin em Curitiba (PR) e Jaraguá do Sul (SC) foram interditadas cautelarmente, e que equipes de auditoria foram designadas para apurar irregularidades em outros 18 estabelecimentos citados na operação da PF.

O ministério também disse no domingo ter emitido notas para as autoridades sanitárias estrangeiras, informando a natureza das investigações e as ações já adotadas.

O presidente Michel Temer voltou a minimizar nesta segunda os problemas com a carne brasileira, afirmando que os “números espancam qualquer dúvida” já que a imensa maioria dos frigoríficos sujeitos a inspeção não é alvo de suspeitas de irregularidades. (com agências)