Com novas unidades, Credeq atenderá mulheres e jovens
Unidades disponibilizarão vagas para mulheres e menores de 18 anos, usuários de entorpecentes
Da redação
Cerca de 5% da população mundial, o equivalente a 250 milhões de pessoas, usou drogas pelo menos uma vez em 2014. Os dados são do Relatório Mundial sobre Drogas do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, e chamam a atenção para um sério problema de saúde pública, que contribui com a violência e reflete os índices de vulnerabilidade social: o vício em substâncias entorpecentes.
Motivado pelos resultados alcançados com a recuperação e reestruturação da vida de acolhidos e de seus familiares atendidos no primeiro Credeq, o Governo do Estado investe na construção de outras quatro unidades para oferecer o mesmo tratamento de excelência a adolescentes, jovens e adultos vítimas de dependência química a outros municípios. São eles: Caldas Novas, Goianésia, Morrinhos e Quirinópolis. Encontra-se em processo licitatório a construção de um Credeq em Itumbiara.
Além da dependência física, as drogas também causam dependência psicológica e emocional, por isso, o tratamento não é uma tarefa fácil. Com o objetivo e ajudar dependentes a conquistarem uma segunda chance, o Centro de Referência e Excelência em Dependência Química Prof. Jamil Issy, em Aparecida, tem ampliado as vagas de atendimento. Desde fevereiro de 2017 o ambulatório adulto já atende 42 pessoas do sexo masculino. Agora, outras 30 vagas para mulheres estão abertas.
A regulação da instituição é de responsabilidade dos 11 Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD), distribuídos por diferentes municípios goianos. No entanto, quando nenhum desses espaços especializados existir no município, o atendimento à demanda deve estar à cargo da Secretaria Municipal da Saúde, que deverá entrar em contato com o setor de regulação do estado.
Auxilio multiprofissional
De acordo com o Credeq, o primeiro passo para conseguir o tratamento é agendar uma consulta, na qual o paciente é avaliado por uma equipe multiprofissional, formada por psiquiatra, clínico geral, psicólogo, assistente social e enfermeira. O resultado da avaliação pode ser internação ou tratamento ambulatorial. Há um período de desintoxicação, que pode durar de 72 h até 7 dias, e depois é avaliada a necessidade de manter a internação, que dura em média três meses, mas pode ser maior ou menor.
Durante a hospitalização, os pacientes recebem suporte médico e terapêutico, como musicoterapia, educação física, terapia ocupacional, enfermagem, assistência social, psiquiatria, clínica geral, psicologia e nutrição. “Como se trata de uma doença complexa, a abordagem é também complexa e por isso precisa ser multiprofissional”, explica o psiquiatra e diretor técnico do Credeq Tiago Oliveira.
Crianças e jovens
Segundo o diretor, a ampliação das vagas não se limitará às mulheres. A expectativa é oferecer atendimento também a crianças e adolescentes com dependência química. O centro passou por adequações para receber o público infanto-juvenil, o que será feito assim que os leitos femininos forem ocupados. “A medida em que os leitos são ocupados, passa-se ao próximo. As próximas vagas serão para crianças e adolescentes, provavelmente a faixa etária dos pacientes será entre 12 ou 14 e 18 anos”, afirma.