Secretário diz que Iris vai fazer reforma administrativa
Titular da Secretaria de Finanças, Oseias Pacheco confirmou dívida de R$ 670 milhões da gestão do ex-prefeito petista Paulo Garcia
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Venceslau Pimentel
O secretário municipal de Finanças, Oseias Pacheco, disse ontem que o prefeito Iris Rezende (PMDB) vai fazer uma ampla reforma administrativa para enxugar gastos com custeio da máquina, como forma de superar a dívida herdada do ex-prefeito Paulo Garcia (PT), de R$ 670 milhões.
“Estamos empenhados em só gastar o que a Prefeitura arrecadar. Em julho vamos negociar com os devedores o parcelamento das dívidas da administração passada. Inclusive vamos fazer uma profunda administração, devendo a proposta ser encaminhada a esta Casa brevemente”, anunciou, em sabatina na Câmara de Goiânia, à convite do vereador Elias Vaz.
Pacheco sustentou que a prefeitura de Goiânia vem cumprindo seus compromissos desde o início da gestão de Iris, em janeiro passado, mas que ainda tem dificuldade de caixa, por conta da dívida herdada da gestão do petista.
Em razão disso, o secretário afirmou que não há como formar caixa, como chegou a afirmar Elias Vaz, considerando que ainda persiste o déficit mensal de R$ 30 milhões, o que impede a prefeitura, de, por exemplo, negociar a dívida com fornecedores. “Mas o prefeito Iris Rezende vem honrado com os compromissos de sua gestão“, sustentou.
A regra da atual administração, segundo Pacheco, é pagar as despesas de 2017, incluindo primordialmente a folha do funcionalismo, para depois criar fundo para investimentos.
“Hoje (ontem) temos um déficit de R$ 12 milhões para pagar a folha do funcionalismo de abril, mas acho que até o dia 25 teremos um quadro claro de recursos do Tesouro para arcar com esta e outras eventuais despesas dentro deste mês”, disse ele, informando que há no caixa do Tesouro R$ 200 milhões para trabalhar arcar com as despesas de abril. Sendo que a folha gira em torno de R$ 215 milhões.
Em relação à dívida com fornecedores contraídas na gestão de Paulo Garcia, ele explicou que, por enquanto, não iniciou qualquer processo de negociação, por falta de recursos. A expectativa é de as conversações comecem a partir de agosto. “Estamos trabalhando para equilibrar receita e despesa, que ainda continua com um déficit mensal de cerca de 30 milhões”, reafirmou.
Apesar das dificuldades, Pacheco disse que do total da dívida herdada, já houve uma amortização de R$ 100 milhões.
Além dos recursos do Tesouro, o secretário informou que órgãos como as secretarias de Educação, Saúde e a de Trânsito, como também a Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA) têm recursos próprios. “Hoje estamos na verdade procurando dominar a maquina que nós recebemos da administração anterior para levarmos benefícios à comunidade”.
IPTU
Ao ser indagado sobre o montante já arrecadado com IPTU e ITU. De janeiro até agora, o secretário informou que nesse período entraram nos cofres do município R$ 750 milhões, e que a prefeitura tem trabalhado com austeridade, com corte de gastos para investimentos em obras públicas.
Pacheco adiantou que a obras que exigem muito dinheiro de contrapartida continuaram paradas. A exceção ficou por conta do BRT Norte-Sul, cujas obras já foram retomadas.
“Estamos empenhados em só gastar o que a Prefeitura arrecadar. Em julho vamos negociar com os devedores o parcelamento das dívidas da administração passada. Inclusive vamos fazer uma profunda administração, devendo a proposta ser encaminhada a esta Casa brevemente”, anunciou.