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domingo, 24 de novembro de 2024
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Lixo

Sustentabilidade na coleta de resíduos de Goiânia

Mais de 1.400 toneladas de lixo são produzidas diariamente. Especialista aponta solução para evitar crises futuras

Postado em 24 de abril de 2017 por Sheyla Sousa
Sustentabilidade na coleta de resíduos de Goiânia
Mais de 1.400 toneladas de lixo são produzidas diariamente. Especialista aponta solução para evitar crises futuras

Wilton Morais

Três vezes por semana a Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia (Comurg) realiza a coleta do lixo orgânico da cidade. A frequência é alternada; segundas, quartas e sextas; terças, quintas e sábados; e, em alguns bairros mais adensados, diariamente. São coletados 1.400 toneladas diárias. Apesar disso, o material orgânico se mistura com outras espécies de lixo. 

A coleta seletiva é responsável pela média de 3,8 mil toneladas mensais. Os materiais são destinados às 15 cooperativas conveniadas a prefeitura. O índice de reaproveitamento de recicláveis secos de Goiânia é de 6%. “Poderíamos chegar em 30%. Média [aceitável] nos perímetros urbanos. Mas, a separação do lixo ainda é baixa, na Capital, para o que se deve alcançar”, explica o coordenador do núcleo de resíduos líquidos e sólidos da Universidade Federal de Goiás (UFG), Eraldo Henriques Carvalho.

“A meta nacional consiste em chegar em torno de 25%, daqui 20 anos. A população tem que participar selecionando o lixo em recipientes distintos, para a coleta seletiva”, sugere Eraldo que também éprofessor da escola de engenharia civil e ambiental da universidade. Mesmo assim, o número do índice é baixo se comparado a produção diária coletada.

“Entendemos que cidade limpa não é aquela que é limpada todos os dias mas sim aquela cuja população menos suja”, compreende o presidenteda Comurg, Denes Pereira. Segundo o representante, apenas nos 100 dias, desde o início da nova gestão, foram coletados 120 mil toneladas de lixo orgânico e quase 100 mil toneladas de entulhos. Parece muito lixo, mas, Carvalho explica que oalcance da coleta seletiva ainda é baixo, para garantir a economia e redução de impactos ambientais. 

“Os artigos recicláveis e os potencialmente recicláveis, também são destinados ao aterro [sanitário]. A população precisa repensar seus hábitos para produzir menos resíduos. Aí entra o conceito sustentável, a população precisa entender que a responsabilidade deve ser compartilhada”, orienta Carvalho.

Prevenção

O especialista acredita que é preciso prevenção e planejamento para melhorar a coleta de resíduos. Carvalho considera que faz parte dos planos municipais, de resíduos sólidos, o estudo de medidas de contingência e emergência, como a Comurg alega estar realizando. 

“Por exemplo, ao contratar caminhões de terceiros ou uma frota de emergência é preciso ter analises que devem estar no plano municipal de resíduos sólidos”. Eventualidades ocorrem se a empresa contratada teve problema de pagamento [com o município]. “Então deve haver uma saída planejada previamente. [Atualmente] o prestador do serviço não tem esse planejamento prévio para minimizar os danos”, disse o especialista. 

Carvalho defende que a questão ambiental de Goiânia iria melhorar se a tração orgânica dos resíduos sólidos urbanos tivesse um aproveitamento, por meio da compostagem ou digestão anaeróbia – técnicas aplicadas para estimular a decomposição de materiais orgânicos.“Entende-se que toda vez que fazemos uma compra, envolvendo uma embalagem, em casa imediatamente à jogamos no lixo. Devemos então, durante o consumo pensar nessa questão”. 

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