Rotatórias causam lentidão na BR-060, saída de Goiânia
Especialista sugere estudo para melhorar tráfego de veículos e evitar acidentes
Wilton Morais
O horário de pico seja de manhã ou a noite sempre causa grandes transtornos para o motorista goianiense. Mas o problema segue também nas rodovias. Na BR-060, parte integrada da Avenida Pedro Ludovico, proximidade do Residencial Eldorado e Vila Canaã, os motoristas e moradores da região questionam a lentidão do trânsito que liga Goiânia até o município de Rio Verde.
O motorista Tiago Oliveira conta que no dia a dia de trabalho é preciso esperar além do horário para conseguir voltar para casa. “Fechamos a empresa às 18h, tem dia que esperamos até 19h30, 20h, para podermos ir embora. O congestionamento vai das rotulas até os viadutos. Quando tem acidente, o trânsito vai lá para frente [até a Via Anel Viário]”, disse.
O vendedor de coco Edmar Silva define o transito da região, nas quais as duas rotulas dividem o trânsito entre a BR-06, a Alameda Câmara Filho e a Rua das Magnólias, como “muito perigoso”. Edmar também questiona a conduta dos motoristas. “Os motoqueiros são doidos, passam junto com os carros levam até os retrovisores. De vez enquanto passa aquelas motos hornet à 120 km/h, um perigo. De segunda a sexta-feira é sempre pior”, considera o vendedor.
Se não bastasse o tumulto, a fuga de carros e motos por vias vicinais também geram riscos a população da região. “Tem batida todo dia. O congestionamento sempre vai das 16h40 até às 19h, filas de carros e algumas batidas são características dessa região. Nas vias vicinais [onde o trânsito seria bloqueado] carros e motociclistas enchem as vias”, denúncia o borracheiro Warllen Reis.
Especialista sugerem estudos para mudanças
Para o doutor em infraestrutura de transporte do Instituto de Pós-Graduação e Graduação (Ipog), Edesio Elias Lopes, o modelo de rotatórias são eficazes. Mas a funcionalidade da rotula depende da quantidade do tráfego de veículos.
“Tem um limite de veículos. Passando disso a rotatória deve ser substituída. O primeiro e mais usual é a implantação do semáforo. Para lugares com demanda maior há necessidade de um viaduto. Isso varia do volume trânsito”, considera.
De acordo com Lopes, com um viaduto, o fluxo de veículos seria contínuo. “Em um sentido passa carros por cima e no outro por baixo”. Em casos onde o fluxo de veículos é baixo, o sugerido é a rótula. “Nesse caso, se o condutor errar o caminho, se tem a opção de poder continuar na rotatória e acertar o percurso. Mas isso deixa o trânsito lento”, explica.
Perímetro urbano
A BR-060 corta a cidade de Goiânia da região leste a oeste. Há um fluxo grande de veículos e, além disso, condutores do leste, oeste e sul do Estado, também necessitam da rodovia. “A melhor solução requer valores de movimentação e estudo do local, para determinar a solução”, sugere Lopes. “Pode ser desde a intervenção na rotula [semáforo], ou até permanência da rotatória, dependendo do trânsito.”, assegura o doutor.
É de conhecimento comum dos motoristas que, em horário de pico, a entrada nas rotatórias é difícil. “Pode ser algo perigoso. Com um trafego menor, isso é amenizado e fica fácil entrar na rotula. Quando há muito movimento, são horários que geram muitos acidentes”, explica. É preciso ter direção defensiva. “Quando o relógio marca 18 horas queremos chegar em casa logo, tem que dirigir de forma defensiva e com cuidado”.
A reportagem do Hoje entrou em contato com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), mas até o final desta edição não houve retorno. Já a Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) apenas informou que a execução de serviços na BR-060 não é de responsabilidade da Órgão, mesmo tratando de um perímetro urbano.