Banco do Povo incentiva formalização dos pequenos
O volume total liberado em financiamentos nos primeiros quatro meses de 2017 foi 86% superior ao mesmo período do ano passado
Após sofrer os efeitos negativos da crise no último ano, Adriano Pereira da Silva tomou uma decisão. Ousado, o lanterneiro com 16 anos de profissão pediu as contas da concessionária de veículos onde trabalhava há três anos e, junto com a mulher, que seguiu o mesmo caminho, abriu as portas de um pequeno restaurante e lanchonete no Setor São Judas Tadeu, no Norte de Goiânia.
Rejane Costa dos Santos era auxiliar administrativa de uma empresa de pavimentação. Ele também conta com a mãozinha da enteada, do cunhado e de uma auxiliar de cozinha. Com o dinheiro do acerto em mãos, o casal, que já pensava em empreender há algum tempo, também vendeu o carro e enfim pôde colocar o sonho em prática.
Melhor dizendo, parte dele. Ainda faltavam recursos para equipar o estabelecimento. “Fiz uma pesquisa para ver em qual empresa poderia pegar um empréstimo com a menor taxa de juros. Eu comparei com bancos e outras instituições, mas escolhi o Banco do Povo, do Governo de Goiás. Fomos muito bem atendidos e não teve burocracia”, diz.
Com três orçamentos, ele e Rejane foram até a agência de atendimento na Avenida Anhanguera, no Centro de Goiânia, e depois de duas semanas foram liberados R$ 10 mil no final de março.
Eles compraram um balcão com vitrine, estufa de salgados, extrator de sucos e ventiladores. Rejane assumiu o comando da cozinha e prepara comida caseira. Apesar de suspeito pra falar, Adriano garante que o tempero é bom. “Estamos no começo, mas já felizes porque conseguimos uma clientela que está comendo lá todo dia”, revela orgulhoso.
O volume total liberado em financiamentos nos primeiros quatro meses de 2017, por meio do Banco do Povo, chegou a R$ 3.445.780,93, 86% a mais do que no mesmo período de 2016 – R$ 1.848.864,00. Atualmente ligado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SED), o programa de incentivo ao crescimento e desenvolvimento dos micro e pequenos negócios foi criado em 1999.
O superintendente Danilo Rabelo afirma que um dos objetivos desta ação do Governo de Goiás é promover a formalização das atividades, uma vez que mais de 70% dos clientes que buscam o empréstimo estão na informalidade, o chamado negócio de fundo de quintal. A margem de empréstimo varia de R$ 500 a R$ 10 mil, podendo ser empregado como capital de giro para a compra de matéria-prima ou mercadoria para revenda ou fixo, para aquisição de motos, máquinas, equipamentos e móveis, por exemplo. Diante da grave crise financeira do país e da dificuldade de acesso ao crédito, o que mais atrai os empreendedores é a baixa taxa de juros – 0,25% ao mês.
Convidado pelo governador Marconi Perillo para assumir o comando do programa em setembro, Danilo decidiu apostar principalmente na divulgação do programa com a criação da página institucional nas redes sociais como Facebook, Instagram, entre outros. “Nós fizemos uma pesquisa informal que apontou que mais de 70% das pessoas não conhecem o Banco do Povo e não sabem que essa é uma ação do Governo de Goiás, que foi o governador Marconi Perillo que a criou”, diz.
Novidades
Com a missão de ampliar a visibilidade do programa, Danilo lhe conferiu uma nova roupagem e foi feita uma reestruturação organizacional para adequação aos padrões e normas do ISO 9001. Uma das mudanças está relacionada à legislação, por meio da regulamentação da atuação do Banco do Povo, instituído pela Lei n. 17.888, além de uma Instrução Normativa e da Resolução que cria o Conselho Deliberativo, que deverá ser fixada em breve e traz novidades importantes. (Goiás Agora)