Confiança do Consumidor aumenta 2 pontos em maio
Houve melhoras em relação à expectativa de consumo e da situação financeira familiar no futuro
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) avançou 2 pontos
de abril para maio e acumula alta de 11,1 pontos nos primeiros cinco meses do
ano indo a 84,2 pontos. Os dados foram divulgados hoje (24) pelo Instituto
Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
A evolução favorável da confiança dos consumidores em maio recupera
parte da queda de 3,1 pontos no mês anterior, quando o índice atingiu 82,2
pontos. Para a coordenadora da Sondagem do Consumidor da FGV, Viviane Seda
Bittencourt, “o resultado foi influenciado pela melhora das expectativas com
relação à situação financeira das famílias e o ímpeto de compras, ambos os
quesitos positivamente influenciados pela inflação mais baixa e os juros
nominais em queda”.
Viviane lembra, porém, que ainda não foram registradas as
consequências da delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, com acusações
contra o presidente Michel Temer, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado
Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), entre outras pessoas.
“O aprofundamento da crise política no país a partir do dia
17 ainda não foi detectado na pesquisa deste mês, embora o resultado da coleta
de dados posterior a esta data sinalize que o aumento de incertezas no ambiente
político possa motivar uma maior cautela dos consumidores nos próximos meses”,
declarou.
De acordo com o critério da pesquisa, quando o índice fica
abaixo de 100 pontos, a interpretação técnica é de que os entrevistados estão
pessimistas e quando fica acima, estão otimistas.
Análise dos dados
A percepção dos consumidores quanto à situação atual permaneceu
estável em maio, mas houve melhora das expectativas em relação ao futuro. O
Índice da Situação Atual (ISA) registrou queda de 0,3 ponto, para 70,5 pontos,
e o Índice de Expectativas (IE) avançou 3,5 pontos, atingindo 94,6 pontos.
No que diz respeito à situação das famílias, o indicador de
situação financeira atual apresentou um recuo de 1,3 ponto, atingindo 64,1
pontos. Foi a maior queda desde dezembro de 2016.
Embora o nível de satisfação dos consumidores em relação à
situação financeira familiar ainda esteja baixo e venha registrando quedas há
dois meses, as expectativas em relação aos próximos meses voltou a melhorar e
atinge 95,5 pontos – o maior nível desde outubro de 2014.
“Com melhores perspectivas sobre as finanças familiares, os
consumidores também responderam de forma mais favorável ao quesito que mede o
ímpeto por compras de bens duráveis, que exerceu a maior influência sobre o
Índice de Confiança do Consumidor no mês, com alta de 7,4 pontos, para 78,5
pontos”. Em maio, o indicador recuperou a queda de 7,2 pontos apresentada em
abril.
Faixas de renda
Nas famílias com renda mensal até R$ 2,1 mil e acima de R$
9,6 mil, a confiança subiu, recuperando a queda ocorrida no mês anterior. Já as
famílias com renda mensal entre R$ 2,1 mil e R$ 4,8 mil registraram novas
perdas.
“Essa queda é consequência de uma piora da situação
financeira familiar, que atingiu o menor nível já apresentado para este quesito
entre todas as rendas: 40 pontos”, afirmou Viviane.
A edição de maio de 2017 coletou informações de 1970
domicílios entre os dias 2 e 20 de maio. A próxima divulgação da Sondagem do
Consumidor ocorrerá em 26 de junho de 2017. (Agência Brasil)