A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, por meio da Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa), deu início ao fortalecimento das ações municipais de enfrentamento às doenças negligenciadas que acometem a população dos municípios de Divinópolis de Goiás, Campos Belos, Monte Alegre de Goiás, Teresina de Goiás e Cavalcante no território dos Calungas. As doenças são a hanseníase, tuberculose, tracoma, chagas e leishmanioses.

“A situação de saúde na região é preocupante com a constatação da subnotificação de casos, relatos de aumento dessas enfermidades, estrutura insuficiente para qualidade do acompanhamento no tratamento, além das condições socioeconômicas comprometidas”, explica a superintendência de Vigilância em Saúde, Maria Cecília Brito que participou do trabalho na localidade.

Nos próximos 30 dias, equipes da SES cumprirão plano de ações que prevê exames laboratoriais, redesenho da rede de atenção a pessoas com doenças negligenciadas, uso para EPI de trabalhadores rurais, controle vetorial do barbeiro, controle de casos de Leishmaniose em cães, controle de casos de Leishmaniose em pessoas, busca ativa de pessoas com hanseníase e tuberculose. Também será disponibilizado exames de laboratório para pesquisa dessas doenças. 

A RegionaI de Saúde Nordeste I, que é um braço operacional da Secretaria de estado da Saúde em Goiás, em conjunto com a (Suvisa) da SES-GO mobilizou os profissionais de Saúde dos municípios envolvidos que compareceram e participaram de oficinas para identificação de um plano para redução dessas doenças nessa localidade.

“As enfermidades prevalecem em condições de pobreza e mantém a desigualdade na sociedade. Os medicamentos, exames e vacinas para essas enfermidades não recebem o interesse do mercado na produção de pesquisa e inovações; e o planejamento da intervenção e recursos. São doenças antigas tratáveis, curáveis e transmitidas por agentes infecciosos e parasitários”, diz Cecília.

Gestores e técnicos da Secretaria Estadual de Saúde (SES), junto a profissionais de Saúde dos municípios envolvidos, prestaram assistência às pessoas acometidas por estas enfermidades e colocaram em pauta ações de prevenção e controle. “Famílias de baixa renda, de regiões afastadas, com pouco acesso à saúde e medicamentos, serão diretamente beneficiados nessa ação”, completou.

Calungas

A região Calunga, no nordeste goiano, abriga mais de duas mil famílias que somam quase oito mil pessoas. É a maior comunidade remanescente de quilombolas do Brasil. E por se manterem distantes, ao longo dos anos, da sociedade que os cerca, têm atenção redobrada para aplicação de métodos para prevenção de doenças negligenciadas.