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quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Alternativas

Com inovação em serviços e gestão, Correios buscam saldo positivo em 2017

O presidente dos Correios, Guilherme Campos, aposta na parceria com governos para ampliar serviços

Postado em 27 de maio de 2017 por Renato
Com inovação em serviços e gestão
O presidente dos Correios

Para reverter os prejuízos bilionários dos últimos dois
anos, os Correios querem buscar alternativas aos serviços postais, que vêm
sendo cada vez menos utilizados no país. Segundo o presidente da empresa,
Guilherme Campos, o objetivo é rentabilizar e potencializar a rede de agências
dos Correios, que estão espalhadas por todo o país.

“Precisamos achar alternativas para a queda da atividade
postal. É algo que já foi feito nos grandes correios do mundo há mais tempo”,
disse Campos à Agência Brasil.

Em 2015, os Correios tiveram um prejuízo de R$ 2,1 bilhões,
e um resultado semelhante deve ser registrado no balanço de 2016. Mas, para
este ano, a expectativa é que a empresa reverta o quadro e consiga um resultado
positivo para suas contas. “Estamos buscando, mas não está fácil. A missão que
eu recebi quando fui nomeado foi a de recuperar a empresa”, diz o presidente.

A parceria com os governos será um dos focos, principalmente
o governo federal. A ideia é aproveitar o grande número de agências espalhadas
pelo país para prestar serviços. Uma possibilidade é a entrega de documentos
como passaportes, carteira de trabalho e título de eleitor. A empresa já criou
uma vice-presidência de Setor Público, para estreitar o relacionamento com os
clientes dos governos federal, estaduais e municipais.

“É uma oportunidade para que os Correios se tornem um grande
balcão de atendimento do governo federal. Em todas as áreas que o governo tem
que estar presente com o cidadão, poderíamos estar substituindo nas mais
diversas formas”, explica o presidente.

Campos também cita ampliação do serviço de Correio Híbrido,
que já é prestado pelos Correios, e une o envio de documentos de forma digital
com a entrega física de papeis. Em abril, os Correios também iniciaram sua
operação na área de telefonia móvel, com a venda de chips e recargas de
celulares em agências. A meta é alcançar todos os estados até o fim deste
ano.

Melhorias na gestão

Os Correios também estão mudando seu modelo de estrutura
organizacional, para reduzir custos e otimizar as atividades da empresa. Nesta
semana, foi anunciada uma reestruturação que inclui a extinção das atuais
quatro unidades de negócios da empresa: postal, de encomendas, logística e de
varejos. Elas serão transformadas em duas unidades: uma comercial e uma
operacional.

“Isso vai otimizar o serviço, trazer mais sinergia entre as
áreas e diminuir os custos, enxugando a estrutura”, diz Campos. A nova estratégia
e a nova estrutura fazem parte do programa de transformação da estatal, chamado
Dez em 1, que também estabeleceu medidas como uma gestão de custos por meio da
metodologia Orçamento Base Zero e a priorização de processos-chave para
aumentar a produtividade.

Demora para adotar medidas

Na avaliação de Campos, a demora dos Correios para encontrar
alternativas aos serviços postais comprometeu a situação da empresa. “A demora
na adoção de providências tem impacto na vida da empresa, de todos aqueles que
trabalham nos Correios. É algo necessário que não vinha sendo praticado”, diz o
presidente.

Campos também cita como um dos componentes que impactam nas
contas dos Correios os gastos com o plano de saúde, que em 2015 representaram
R$ 1,6 bilhão. Mudanças na estrutura de pagamento do plano estão sendo mediadas
pela Justiça do Trabalho.

Atualmente, o plano de saúde da estatal atende 400 mil
beneficiários, sendo que 141,7 mil são titulares e 258,7 mil são dependentes,
incluindo filhos, cônjuges e pais dos funcionários. Em média a empresa paga 93%
das despesas e o empregado arca com 7%.

Em março, a empresa anunciou o fechamento de 250 unidades,
em municípios com mais de 50 mil habitantes. Os Correios também já promoveram
duas etapas do Plano de Desligamento Incentivado, com a meta de adesão de
8 mil funcionários. (Agência Brasil) 

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