Ex-secretario da SMT diz que não cuidava da entrega de equipamentos
Ele foi ouvido ontem (26) pela Comissão Especial de Inquérito (CEI) instalada na Câmera de Goiânia para apurar irregularidades na instituição
Marcus Vinícius Beck
O ex-secretario da Secretaria Municipal de Trânsito (SMT), José Geraldo Freire, declarou que não sabe dizer quantos equipamentos foram entregues ao órgão. Ele foi ouvido ontem (26) pela Comissão Especial de Inquérito (CEI) instalada na Câmera de Goiânia para apurar irregularidades na instituição.
Titular da SMT na gestão de Paulo García (PT), Freire tinha inicialmente previsão de fornecer até 15 mil cavaletes. O vereador Eduardo Prado (PV), que é relator da CEI, questionou se o ex-secretario sabia da entrega de 7.150 equipamentos, quantidade quitada pelo poder público por R$ 175 mil. Freire, no entanto, diz não saber.
“Não sei quantos foram entregues. Eu assinei o contrato, mas não cuido da entrega e controle do material. O que eu sei é que não havia falta de material”, afirma ele. Freire, ainda, foi interrogado sobre o aproveitamento e a devolução dos cavaletes após uso. O ex-secretario afirma que não é possível saber se há perdas de equipamentos quando eles são utilizados para algum tipo de controle.
Freire explica que o uso de cavaletes não tem controle, e é facilmente quebrado quando um caminhão esbarra nele. “Era solicitada a retirada após utilização, mas não acredito que era feito. O uso de cavaletes é muito grande. É um material para fazer a retenção da via e se bater nele, ele vai e quebra”, detalhou.
Em abril deste ano, a CEI ouviu Cleomar Antônio, presidente da JBA Comercial LTDA, empresa responsável pela cessão dos cavaletes. Na ocasião, Freire disse que não tinha comprovantes das entregas dos produtos. Uma funcionária, porém, contou à imprensa que Cleomar estava viajando para o interior do Estado, onde participaria de uma licitação.
Entrega
Fradique Machado, também ex-secretario da SMT, foi o outro ouvido pela CEI. Ele comandou a pasta interinamente duas vezes entre março e junho de 2016. O relator interpelou sobre o fato de, certas vezes, a entrega de cavaletes terem sido em postos avançados.
“O contrato dizia que a entrega deveria ser feita no almoxarifado, mas seguindo os princípios da administração pública, não impede a entrega nas PAs. Não havia nenhuma irregularidade nosso, desde que houvesse o controle necessário”, declara.
Fradique conta que a única vez em que precisou pedir formalmente a aquisição de cavaletes durante seu período à frente do órgão foi na passagem da tocha olímpica por Goiânia. “Nessa situação, formalizou-se o pedido para aquisição de 500 cavaletes”, pontua, salientando que foi juntado aproximadamente 800 para totalizar os 1,3 mil cavaletes necessários.
O vereador destacou que as oitivas serviram para reforçar ainda mais os índicos de irregularidades. “Fica muito evidente que, no mínimo, aqueles que ocupavam a secretaria não tiveram a competência de verificar que estava se pagando por uma coisa que efetivamente não estava sendo entregue”, opina.