Clima seco favorece aumento de queimadas
Incêndio na Ceasa, na madrugada de terça-feira, é contido pelo Corpo de Bombeiros; temperatura e umidade relativa do ar contribuem para o aumento de ocorrências
Thaís Tomé
Na madrugada desta terça-feira (4) um incêndio de pequenas proporções atingiu atingiu a Centrais de Abastecimento de Goiás (Ceasa). Em boletim divulgado no início da manhã de ontem, o Corpo de Bombeiros afirmou que a previsão era de que a ação no local demorasse por causa da grande quantidade de fumaça. Mas a situação foi facilmente controlada.
Segundo a Ceasa, o fogo começou na área de descarte da palha utilizada para o transporte de melancia e abacaxi, mas foi rapidamente contido pelo Corpo de Bombeiros. Não houve vítimas e nem danos materiais. Esses resíduos são utilizados pela Usina de Tratamento e Compostagem para a fabricação de adubos e fertilizantes.
Com a temperatura alta e a umidade relativa do ar abaixo da esperada, aumentam os riscos de queimadas durante o inverno. Consequentemente ocorre nesta época do ano, inúmeros prejuízos tanto à saúde quanto à perda da vegetação e entre outros males provocados pela ação humana durante o clima seco.
Segundo o superintendente da Defesa Civil, Juliano Cardoso, os riscos só tendem a crescer e por isso é importante que a população se atente aos cuidados que as queimadas podem trazer durante o clima seco. O especialista pontua uma das principais causas de incêndios “A grande proliferação de desmatamento e também lançamento de rifes e resíduos sólidos nas áreas verdes é uma das causas mais freqüentes” alerta.
Animais domésticos trazem, principalmente ás crianças, problemas alérgicos e de saúde. O superintendente alerta que é também por meio do clima instável, que os cuidados que devem ser tomados. Ele alega que a má qualidade do ar que contribui não só para doenças, o período também é propenso aos incêndios e aos riscos do tráfego de veículos em vias federais e estradas, animais, em vegetação e no meio ambiente, por isso com o clima seco, promovido pela estação, as atenções devem ser redobradas tanto nas áreas vegetais nativas e de cultivo quanto nas áreas urbanas do Estado, atenta ele.
Cardoso argumenta que os perigos são os mais diversos. “Os riscos são desde a perda da vegetação nativa e das áreas de cultivo, até danos a fauna, locais silvestres e animais domésticos” esclarece. Além dos danos ao meio ambiente e a saúde humana, as queimadas podem dificultar a visibilidade em rodovias e ocasionar graves acidentes.
A dona de casa, Helena Cardoso é uma das pessoas que sofrem atualmente com o clima instável. Segundo ela, é neste período do ano que a sujeira produzida pelas queimadas se espalha pelo bairro onde mora, no setor Fama, em Goiânia. Helena conta que não consegue vencer a sujeira. “Esse tempo é complicado manter a casa limpa, quando eu penso que terminei de limpar o vento já trouxe mais sujeira” conta. Quem também sofre com o clima seco é a costureira Marineuza Silva que tem problemas respiratórios e que segundo ela se agravam nessa época do ano.
Nove de cada dez casos são provocados por ação humana
Dados da Defesa Civil de Aparecida de Goiânia apontam que neste período do ano, o número de incêndios vai aumentando gradativamente, os meses com índices maiores são de agosto e setembro. O alerta é para que a população tome os cuidados necessários, pois de agora para frente a tendência é aumentar de 10 a 15% por mês o índice de queimadas. No mês de agosto do ano passado a Defesa Civil conseguiu listar somente na região metropolitana em torno de 1000 a 1200 ocorrências de incêndios florestais e em vegetações.
Neste período, o Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBMGO) iniciou uma ação batizada como ‘Operação Cerrado Vivo’, uma iniciativa que promove a conscientização e prevenção em escolas e em áreas rurais sobre a questão de incêndios em vegetação e a preparação de agentes do Corpo de Bombeiros para atuar em casos de necessidade. O responsável pela operação Coronel Ami de Souza alega que existem pesquisas que comprovam que 90% dos casos de incêndios de vegetação são provocados por ação humana.
“As causas humanas são 90%, as causas naturais que seriam, por exemplo, a queda de um raio é muito difícil de acontecer” reitera. A orientação é para evitar de fazer queimadas, não colocar fogo em lotes baldios ou em lixos, não jogar bitucas de cigarro nas rodovias, porque o fogo pode se alastrar com facilidade. “A gente orienta que as pessoas nos ajudem nesse sentido, que não provoquem, e quando acontecer nos informar de imediato pelo telefone 193”, finaliza.