Mercosul suspende novamente Venezuela
Alegação foi de que o país “rompe com a ordem democrática”. Em resposta, presidente Nicolás Maduro fez críticas e se opôs
Em concenso, os chanceleres do Mercosul decidiram na manhã deste sábado (11) autorizar a suspensão da Venezuela do bloco. Constituído pelo Brasil, em parceria com a Argentina, Paraguai e Uruguai, a razão para o rompimento foi “ruptura da ordem democrática”.
Entre as exigências, está a revisão em aspectos como a “libertação dos presos políticos, a restauração das competências do Poder Legislativo, a retomada do calendário eleitoral e anulação da convocação da Assembleia Constituinte”. Todos estes pontos estão previstos no documento assinado durante o encontro.
Segundo o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, a suspensão se trata de “uma sanção grave de natureza política”. Os países membros do bloco esperam que com a medida o governo de Nicolás Maduro seja isolado.
Logo após a decisão, em entrevista à Rádio Rebelde, da Argentina, Maduro garantiu que o país continuará no Mercosul apesar da suspensão. Ele ainda fez críticas aos países líderes que impuseram a sanção: “Não vão tirar a Venezuela do bloco. Nunca. Somos Mercosul de alma, de coração e vida. Algumas oligarquias golpistas, como a do Brasil, ou miseráveis, como a que governa a Argentina, poderão tentar mil vezes, mas estaremos aí”, enfatizou.
Segundo o comunicado assinado pelos ministros dos países líderes do bloco após uma reunião nesta manhã em São Paulo, “a suspensão da Venezuela foi aplicada em função das ações do governo de Nicolás Maduro e é um chamado imediato para o início de um processo de transição política e restauração da ordem democrática”.
A cláusula que assegura o rompimento temporário de relações com a Venezuela estipula que “a plena vigência de instituições democráticas é essencial” em se tratando da integração regional. Suspensa do bloco desde dezembro de 2016, quando deixou de cumprir obrigações comerciais, a situação do país não terá grandes mudanças.