Acidentes em gravações reforçam a importância do gerenciamento de riscos
Mortes de dublês têm sido frequente. Na última segunda-feira (14) uma mulher morreu durante as gravações do filme Deadpool 2
O papel de dublê nas produções televisivas e
cinematográficas é bem importante. Usar habilidades dos dublês é necessário,
uma vez que requer técnicas para tal ação. A atenção do profissional também
deve ser redobrada, pois o risco de acidentes é grande.
Nesta segunda-feira (14) uma dublê morreu durante as
gravações do filme Deadpool 2. Ela sofreu um acidente enquanto participava de
uma cena em uma motocicleta. O ator Ryan Renolds, que interpreta o anti-herói lamentou
a morte da colega.
Pouco mais de um mês atrás, o
dublê John Bernecker também sofreu um acidente fatal durante as filmagens da
série The Walking Dead. Ele caiu de uma altura de sete metros e teve um
ferimento grave na cabeça. Depois do acidente, a produção da oitava temporada
da série foi adiada.
Além deles, o ator Tom Cruise se machucou
durante as gravações do filme Missão Impossível 6. Conhecido por dispensar
dublês nas cenas de ação, Tom não conseguiu realizar um salto entre dois
prédios. O ator, que estava equipado com cabos de segurança, conseguiu se
segurar na beirada do prédio, mas ao se levantar, saiu mancando.
Esse tipo de acontecimento reforça a importância do
gerenciamento de riscos nas produções televisivas e cinematográficas. Existem
consultorias especializadas que podem avaliar a exposição aos riscos e proteger
os profissionais envolvidos.
Em geral, as produções de
Hollywood já contam com esse tipo de proteção. Agora, essa consciência está se
desenvolvendo também no cinema nacional.
No Brasil, algumas obras contam com o apoio de consultoria e
corretora de seguros. O objetivo é dar tranquilidade aos produtores. Foram consideradas outras coberturas importantes que muitos não se
atentam na hora da contratação como: o seguro de responsabilidade civil, que
cobre reembolso por danos involuntários, materiais e corporais, causados a
terceiros, decorrentes de acidentes relacionados com as atividades exercidas
para produção e realização da filmagem, dentre ouras coisas importantes.
“Proporcionalmente, o custo do
seguro é tão barato comparado ao custo da produção cinematográfica, que a
exposição aos riscos não compensa, mas ainda é preciso quebrar alguns
paradigmas e desenvolver uma cultura de seguros no segmento audiovisual
brasileiro. Esse é o nosso papel como consultoria: analisar e cuidar dos riscos
dando tranquilidade para os produtores realizarem sua arte”, acredita Midiã
Borges, especialista em Riscos e Seguros para Entretenimento e Eventos na Aon
Brasil.
Acidentes
durante gravações resultam no pagamento de grandes indenizações
Infelizmente, acidentes no
estúdio são relativamente comuns e podem resultar em ferimentos e fatalidades,
multas e indenizações. “Nos Estados Unidos e Europa, poucas produtoras se
arriscam a iniciar projetos sem coberturas completas para as mais variadas
situações. Com o amadurecimento do cinema nacional, essa percepção também está
se desenvolvendo no Brasil”, afirma a especialista.
Algumas das principais empresas
cinematográficas do mundo compilaram dados de acidentes em estúdios desde o ano
2.000 até hoje. Ao todo, foram registradas 37 mortes. “Mesmo que a produção
seja muito cuidadosa e os riscos extremamente bem gerenciados, acidentes
acontecem”, diz Midiã Borges.