Aos 91 anos, morre o ator e comediante Jerry Lewis
Ainda não há informação sobre o que levou à morte do comediante, porém, entre junho e agosto deste ano, ele ficou hospitalizado para tratar de uma infecção urinária
O ator e comediante Jerry Lewis morreu aos 91 anos neste
domingo (20). Conhecido como “Rei da Comédia”, ele é um dos maiores
comediantes de todos os tempos.
O agente do ator confirmou que Lewis morreu nesta manhã em
sua casa em Las Vegas, no estado norte-americano de Nevada. Entre junho e
agosto deste ano, ele ficou hospitalizado para tratar de uma infecção urinária.
Ainda não há informação sobre o que levou à morte do comediante.
A última apresentação de Lewis nos palcos ocorreu no hotel
South Point, em Las Vegas, em outubro do ano passado.
Além de influenciar uma geração inteira de comediantes e ser
um ícone do riso, Jerry também conduziu causas humanitárias, como seu programa
beneficente anual do Dia do Trabalho para a Associação de Distrofia Muscular,
que ele começou a apresentar em 1952.
A aposentadoria do evento só veio em 2011. Por seu trabalho
nessa área, Lewis chegou a figurar na lista dos candidatos a recebe o Nobel da
Paz em 1977.
Carreira
Jerry Lewis atingiu o estrelato junto do cantor Dean Martin,
com quem atuou a partir de 1946 e formou uma das duplas mais memoráveis do
humor americano.
Dean Martin era o elegante da dupla, especialmente quando
cantava, enquanto Jerry Lewis exercia o papel do parceiro imprevisível. Os
espetáculos eram totalmente abertos à improvisação.
Após dez anos de sucessos demolidores nos teatros e no
cinema, graças a filmes como “O marujo foi na onda” (1952) e “O
rei do laço” (1956), em 24 de julho de 1956 Dean Martin e Jerry Lewis
fizeram o último espetáculo como dupla no clube Copacabana, em Nova York.
Ainda na década de 1950, Lewis se notabilizou pelas
apresentações em clubes noturnos, na televisão e no cinema. Ao longo de cinco
décadas de carreira, ele estrelou mais de 50 filmes.
O filme mais famoso de sua carreira é a comédia “O Professor
Aloprado”, de 1963. Protagonizado e produzido por ele, o longa conta a história
do atrapalhado professor universitário Julius Kelp. Depois de ser humilhado por
alunos e quase demitido da instituição de ensino pelas constantes trapalhadas
em que se envolve, Kelp cria uma fórmula que o faz ser elegante, charmoso e bom
de papo. Nasce então Buddy Lee. O filme ganhou uma nova versão na década de
1990, quando Eddie Murphy viveu o professor aloprado.
Seu último filme, lançado no ano passado, foi “A
Sacada”, em que faz um papel secundário. O último como protagonista foi
“Max Rose”, de 2013, o primeiro em que ele fez o papel principal
desde “Rir é Viver”, de 1995. No longa, ele interpreta o viúvo Max
Rose, que, ao mesmo tempo em que sofre com a perda da esposa Eva (Claire Bloom),
investiga uma descoberta que pode acabar com as certezas adquiridas após muitos
anos de casado.
Já o antepenúltimo trabalho de Jerry como ator foi o filme
brasileiro “Até que a Sorte nos Separe 2”, em que trabalhou com
Marcius Melhem e Leandro Hassum. Na época das filmagens, o ator estava com 87
anos. (Veja reportagem do Fantástico sobre o filme abaixo).
Outro grande trabalho do ator foi o filme “O Rei da
Comédia”, de 1983, dirigido por Martin Scorsese. Lewis é Jerry Langford, um
comediante de sucesso que possui um programa de TV no qual dá oportunidade a
jovens humoristas de talento. A caminho do trabalho, ele é sequestrado por
Rupert Pupkin (Robert De Niro), que só o libera em troca da participação em seu
programa.
Prêmios
Ao longo de sua carreira, Lewis ganhou vários prêmios pelas
suas atuações, como American Comedy Awards, Golden Camera, Los Angeles Film
Critics Association e do Festival de Venice.
Além disso, possui duas estrelas na Calçada da Fama. Em
2005, recebeu o Governors Award da Academia de Artes e Ciências Televisivas.
Jerry Lewis nunca recebeu um Oscar por sua atuação nas
telonas. Ele só foi lembrado pela Academia de Cinema em 2009, quando recebeu um
Oscar por seu trabalho humanitário.
Repercussão
Lewis foi um modelo a ser seguido para muitos comediantes e
humoristas, que manifestaram tristeza ao saber de sua morte. “Eu tive a
honra de assistir um show dele em Las Vegas e depois tive a honra de
contracenar com ele”, afirmou Marcius Melhem à GloboNews.
“Foi um dos dias mais nervosos da minha vida. Nem
quando as minhas filhas nasceram fiquei tão nervoso”, disse Melhem.
“Foi muito emocionamente passar o dia com ele, gravar, filmar. Eu estava
eufórico, emocionado, tentando fazer tudo direitinho.”
Leandro Hassum, dupla de Melhem e que tem um autógrafo de
Lewis tatuado no braço, também lamentou morte do ídolo. “O céu está cada
vez mais incrível”, postou no Twitter.
O Globo