Wilton Morais*

“Acaba de manhã e só volta lá
pelas 22 horas”, disse a vendedora de salgados, Valquíria dos Santos. “Está
acabando energia até mesmo antes das chuvas. Alguns dizem que é por causa de um
novo prédio, e o transformador não tem aguentado”, argumentou.  No Setor Campinas, o mais antigo bairro da capital,
o fornecimento de energia elétrica tem sido instável.

“Na semana passada foi na Avenida
Leste-Oeste onde houve o problema. Aqui ficamos sem energia, e as tortas
estragaram todas. Na manhã de hoje [ontem 3], foi apenas um pique de falha”,
considerou Valquíria. “Os freezers aqui queimaram. Os dois por conta da falta
do fornecimento elétrico”, complementou.

Na loja de João Luiz, a manhã de terça-feira (3), também impossibilitou as
maquinas de passarem o cartão de credito. “10h30 acabou, só foi voltar depois
do almoço. É só chover que acaba. Tem dia que basta ficar nublado, parece até
que os postes acham que vai chover”, ironizou o proprietário da loja de
equipamentos para motociclistas.

“Aqui, se não pagarmos a conta,
cortam. Mas o fornecimento está assim, estamos levando prejuízos diariamente,
por conta do fornecimento elétrico. Não temos nem como encher o pneu das motos,
passar cartão também é impossível”, disse João Luiz. 

Já um morador do bairro, o aposentado José Moises, também utilizou
da ironia para definir a situação do bairro. “O cachorro urina no poste, acaba
a energia aqui. Já fiquei o dia todo sem energia. Acontece de na mesma rua,
parte do poste para lá tem energia, e de lá para cá não tem”. De acordo com o
aposentado, morador de Campinas desde 1966, em alguns momentos seus vizinhos
possuem energia, e ele não. Em outros momentos acontece o inverso.

“Sempre foi assim. Colocaram o
transformador melhorou. Mas agora o problema está voltando. Começou a chover
ficou pior. Mas, antes das chuvas já estava acabando energia diariamente”,
considerou José.

Na mesma rua, o proprietário de
um supermercado Hermínio dos Santos reclamou da instabilidade. “Na terça-feira (3)
foi rápido, voltou logo. Mas na quarta-feira (27) demorou muito mais. Ficamos
sem trabalhar. Deixamos de vender R$ 15 mil”, relatou Hermínio.

A Celg Distribuição esclarece que as chuvas dos últimos dias
causaram danos à rede elétrica, comprometendo o fornecimento de energia. A
situação foi agravada pela queda de galhos e árvores sobre a fiação elétrica. A
distribuidora ressalta que dobrou o número de equipes de emergência nas ruas e
que os técnicos estão restabelecendo o serviço gradativamente. A empresa
informa que o fornecimento de energia no bairro de Campinas já foi
restabelecido.

A distribuidora
reforça que em casos de ressarcimento por queima de aparelhos, o cliente pode
formalizar o pedido pela agência virtual no site da distribuidora
(www.celg.com.br), pela Central de Atendimento (0800-62-0196).

CORRELATA

Poucos dias de chuva já geraram quedas de arvores

A menos de uma semana, as poucas
chuvas que atingiram a capital já provocaram a queda de algumas árvores. Na
sexta-feira (29), por exemplo, a forte ventania além de ter provocado a falta
de energia derrubou uma arvore no Setor Marista. Caída sobre a fiação da rede
elétrica, parte do setor ficou sem energia.

Na região Noroeste da cidade, o
forte vento trouxe sujeira para as residências e provocou a falta de energia em
bairros como o setor Perim. No Centro da cidade, houve registro da Secretaria
Municipal de Trânsito (SMT) de queda de árvores. Nas proximidades dos Bosques
dos Buritis, o mesmo relato.

Na noite de segunda-feira (2),
quem saiu do trabalho por volta das 18h, enfrentou congestionamentos pela
Marginal Botafogo. No aplicativo de navegação por GPS, eram apontados dois incidentes
no trajeto da Marginal. Um deles, na verdade era de um caminhão estragado. Os
transtornos por conta da chuva também impediram a fluidez do trânsito em outras
vias da cidade, como na Avenida Castelo Branco.

Para hoje (4), o Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê dia encoberto a nublado com chuva
isolada, na capital. De acordo com o instituto pode ocorrer nevoeiros isolados
ao amanhecer. A temperatura mínima será de 16ºC e a máxima de 30ºC. (Wilton Morais é integrante do programa de estágio do Jornal O Hoje, sob orientação de
Rhudy Crysthian)