Paralisação do ensino profissionalizante traz prejuízo em cidades de Goiás
A interrupção tem reflexos econômicos e pedagógicos, atingindo alunos, professores, técnicos de laboratórios, funcionários técnico-administrativos e toda a cadeia produtiva
A pedido do Ministério Público, a justiça suspendeu o contrato entre o governo do estado e a organização social Faespe (Fundação Antares de Ensino Superior, Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão), que é gestora de cinco Itegos e 14 Cotecs, unidades de ensino profissionalizante, responsáveis pela formação e qualificação de mão-de-obra que atende às atividades econômicas de cada região. A interrupção tem reflexos econômicos e pedagógicos, pois atinge alunos, professores, técnicos de laboratórios, funcionários técnico-administrativos e toda a cadeia produtiva que depende da formação dos profissionais, além claro, das famílias dos trabalhadores que podem perder os postos de trabalho. Itegos, como os de Goianésia, Uruana, Ceres, Piranhas e Caiapônia; e Cotecs de Itaguaru, Itapuranga, Jaraguá, Taquaral e Iporá, entre outros, são parte essencial da economia desses municípios, pois além da instrução dos alunos, na formação profissional, eles servem e transferem tecnologia aos Arranjos Produtivos Locais.
O Prejuízo pedagógico
O prejuízo pedagógico com a suspensão das aulas e a transferência de tecnologia à atividade produtiva local preocupa coordenadores das unidades, alunos, professores e lideranças dos municípios. A SED estabelece metas anuais de matrículas com as organizações sociais que devem ser cumpridas no período de um ano, no caso da Faespe, de junho de 2017 a junho de 2018. As metas do contrato de gestão número 005, com 19 unidades, impressiona: na educação superior são 80 matrículas, técnico 720, qualificação 2.760, capacitação e atualização 3.340 e no ensino à distância são 13 mil 500 matrículas. Ou seja, 20 mil e 400 oportunidades de educação e qualificação que esperam a resolução do impasse para serem efetivadas. O aluno do Itego de Goianésia, Edvaldo Ribeiro dos Santos, acredita que o prejuízo para os alunos é inevitável com a paralisação. “Sou aluno do curso Técnico em Agricultura, trabalho na Jalles Machado e a conclusão deste curso vai me dar muitas oportunidades de crescimento dentro da empresa. A paralisação das atividades aqui do ITEGO vai me prejudicar, visto que estamos para concluir agora no mês de novembro o nosso curso. Estamos fazendo estágios e o TCC com a orientação de professores aqui do ITEGO”, finaliza. Desde sua fundação, O Itego Governador Otávio Lage já formou mais de 35 mil pessoas
De acordo com a Diretora do ITEGO Governador Otávio Lage, Gilvânia Aparecida de Andrade Gomes, a suspensão do contrato de gestão logo inviabilizará toda instituição, com a falta de insumos. “Materiais para os cursos e prestação de serviços são fundamentais, como custeio de pessoal administrativo, serviços de limpeza, vigilância e manutenção”. Mesmo os cursos do PRONATEC não poderão funcionar por muitos dias sem a estrutura do ITEGO. “Não sabemos quais as questões legais envolvidas, mas sabemos que a paralisação é o pior caminho para os alunos, trabalhadores e instituição”, diz. Há mais de três anos não havia contratação de professores para os cursos técnicos, com a chegada da OS já houve processo seletivo com contratação de 107 profissionais para os Itegos e Cotecs. “Não queremos retrocesso. Hoje temos mais de 1940 alunos que não querem que o Itego pare”, conclui.
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