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domingo, 24 de novembro de 2024
Audiência

Jovem que atirou em Goiânia aguarda decisão judicial para ser transferido

Adolescente de 14 anos deve permanecer na cela da Delegacia de Apuração de Atos Infracionais onde está apreendido desde a sexta-feira

Postado em 23 de outubro de 2017 por Victor Pimenta
Jovem que atirou em Goiânia aguarda decisão judicial para ser transferido
Adolescente de 14 anos deve permanecer na cela da Delegacia de Apuração de Atos Infracionais onde está apreendido desde a sexta-feira

O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) informou hoje (23) que
a audiência de apresentação à Vara da Infância e Juventude do adolescente que,
na última sexta-feira (20), disparou contra outros alunos de uma escola
particular de Goiânia (GO), matando dois estudantes e ferindo quatro, não
acontecerá nesta segunda-feira (23), conforme inicialmente anunciado.

Em nota, a assessoria do tribunal se limitou a comunicar à
imprensa que o Juizado da Infância ainda não designou a data da audiência e
que, por razões legais, não fornecerá novos detalhes sobre o caso, que corre em
segredo de Justiça.

Até a realização da audiência, o adolescente de 14 anos deve
permanecer na cela da Delegacia de Apuração de Atos Infracionais onde está
apreendido desde a sexta-feira. Na noite de sábado (21), a juíza Maria Cezar
Moreno Senhorelo – que não responde pela Vara da Infância e Juventude, mas
estava de plantão – acatou a recomendação do Ministério Público estadual e
determinou a internação provisória do adolescente por 45 dias.

Pela decisão da juíza, o garoto deveria ser transferido para
o Centro de Internação Provisória (CIP) da capital goiana, onde aguardaria o
julgamento do caso pelo Juizado da Infância e Juventude, conforme previsto no
Estatuto da Criança e do Adolescente.

Ontem (22), no entanto, a mesma juíza acatou o pedido da
defesa do autor dos disparos e determinou que o adolescente permaneça na cela
de uma delegacia até ser apresentado ao Juizado da Infância e Juventude.
Segundo a advogada que defende o estudante, o centro de internação não é seguro
para o adolescente, uma vez que seus pais são policiais militares e seu pai já
atuou no sistema prisional. O MP também solicitou que o adolescente seja
colocado em separado dos demais internos.

Em depoimento ao MP e à Polícia Civil, o jovem afirmou ter
premeditado o crime, tendo, inclusive, pesquisado por seis meses, na internet,
sobre armas e ataques em escolas, como os ocorridos em um colégio de Columbine,
nos Estados Unidos, em 1999, e em Realengo, no Rio de Janeiro, em 2011.

Depoimentos

A Polícia Civil retomou hoje os depoimentos sobre o caso.
Durante a manhã, o delegado Luiz Gonzaga Júnior, responsável pelo caso, ouviu o
pai do adolescente autor dos disparos. Também serão ouvidos os pais das vítimas
do ataque, além da coordenadora do colégio, Simone Maulaz Elteto, e outras
testemunhas, como os primeiros policiais militares que chegaram ao local da
ocorrência.

Foi a coordenadora escolar quem conseguiu acalmar o jovem,
convencendo-o a parar de atirar contra os estudantes. 

Fonte: Agência Brasil. (Foto: Wesley Costa)

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