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segunda-feira, 25 de novembro de 2024
Meio Ambiente

Ativistas pedem política de energia renovável e fim dos leilões do pré-sal

Integrantes do movimento calculam que apenas as emissões dos blocos Peroba e Pau-Brasil chegarão a 5,4 bilhões de toneladas de CO2 equivalente

Postado em 26 de outubro de 2017 por Victor Pimenta
Ativistas pedem política de energia renovável e fim dos leilões do pré-sal
Integrantes do movimento calculam que apenas as emissões dos blocos Peroba e Pau-Brasil chegarão a 5

Um mapa do Brasil inflável com 10 metros de altura,
representando a quantidade de carbono que será emitido com a exploração de
blocos do pré-sal previstos para irem a leilão amanhã (27), foi içado hoje (26)
em frente à sede da Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP), na Avenida
Presidente Vargas, no centro do Rio de Janeiro.

O protesto foi organizado pela 350.org, entidade
ambientalista global que pede que o número de partículas por milhão (ppm) de
dióxido de carbono (CO2) na atmosfera volte ao padrão de 1990, ou seja, 350,
considerado o limite de poluição para evitar o aquecimento global. Atualmente,
o número está em 406 ppm. As emissões de dióxido de carbono agravam o efeito
estufa.

A segunda e a terceira rodadas de leilões do pré-sal ocorrem
amanhã, na Barra da Tijuca, e vão oferecer blocos de exploração de óleo e gás
em águas profundas em oito áreas das bacias de Santos e Campos.

Os ativistas calculam que apenas as emissões dos blocos
Peroba e Pau-Brasil chegarão a 5,4 bilhões de toneladas de CO2 equivalente.
Segundo a diretora da 350.org no Brasil e América Latina, Nicole Oliveira, o
Brasil precisa parar de investir em combustíveis fósseis e ampliar a matriz de
energia sustentável, para manter o clima seguro.

“Leilões para novos blocos do pré-sal ou de petróleo ou de
gás não podem ser aceitos. A gente quer mostrar a quantidade de carbono que
está no chão hoje nesses blocos e que vai para a atmosfera se forem
explorados”.

Povos indígenas

Indígenas do Rio de Janeiro e do Paraná também participaram
do ato. Integrante da Associação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Kretã
Kaingang disse que há uma campanha nacional entre os indígenas contra o uso de
combustíveis fósseis.

“Nós viemos [do Paraná] participar do ato porque estamos numa
campanha nacional com os povos indígenas contra todo e qualquer combustível que
mexa com o meio ambiente, principalmente o que está embaixo dos aquíferos e
embaixo do mar. Nós entendemos que no Brasil, assim como no mundo, pra poder
fazer esse tipo de extração, aconteceram muitos crimes ambientais e vazamentos.
No Brasil não vai ser diferente, porque a gente saber que aqui as leis protegem
mais aquele que está acabando com o meio ambiente do que as pessoas que
protegem o meio ambiente”.

Segundo Kaingang, o litoral brasileiro do Rio Grande do Sul
ao Espírito Santo é habitado pelo povo Guarani, que pode ser afetado pela
exploração do petróleo no mar.

“Tem os pescadores e caiçaras que são comunidades
tradicionais, e em caso de vazamentos eles serão os primeiros afetados. Parece
que o índio só está na Amazônia, e não existe pra fora da Amazônia. Nós
existimos sim. Hoje a maior população indígena no Brasil são os guarani, que
estão em toda essa parte litorânea do Rio Grande do Sul ao Espírito Santo.
Então, sim, para nós [o mar] é território sagrado”.

Durante o protesto, foram expostos cartazes com fotos de
problemas ambientais que podem ser agravados pelas emissões de gases do efeito
estufa da exploração do petróleo, como as mudanças climáticas e a ameaça a
espécies marinhas em risco de extinção, como as baleias jubarte e cachalote e o
boto-cinza, símbolo do estado do Rio de Janeiro. 

Fonte: Agência Brasil. (Foto: Reprodução)

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