Marcus Vinícius Beck*

Moradores de Aparecida de Goiânia enfrentam há pelo menos um mês problemas na distribuição de água. O enigma hídrico, que começou a aparecer no início de setembro, quando a região metropolitana estava acometida pela seca, persistia até o final da tarde de ontem (26).  Para tentar sanar a falta de água, a Saneago – estatal que é responsável pela distribuição – e o prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha (PMDB), disponibilizaram cinco caminhões pipas e oito veículos, respectivamente, para fazer a captação nos poços do órgão na cidade. 

A empresária Ilma de Fátima Soares dos Santos, 45, que é moradora do Bairro Cardoso I, afirmou que chegou a ficar sem água em sua residência por quase dois dias. “A água acabou na segunda-feira e voltou somente ontem. Com isso, pretendemos sanar o problema, a gente enche umas vasilhas”, relata a empresária ao O Hoje. Segundo ela, que mora a pouco tempo no bairro, mas que sempre teve a tradição de visitar a mãe – que habita o local há 40 anos -, a crise na distribuição de água atingiu seu ápice neste ano.

“Eu visito minha mãe com frequência, e nunca tínhamos visto nada parecido com o que vem acontecendo”, desabafa Ilma, ressaltando que o poder público pode fazer algo para amenizar a situação. “Certamente, a responsável pela crise da água, e consequentemente por resolvê-la, é a Saneago. Nossas rotinas foram duramente afetadas. Porém, o que vemos é uma omissão deles, visto que sempre ligamos lá, e raramente somos atendidos”, queixou-se. 

A reportagem entrou em contato com a Saneago para obter informações acerca de quando a distribuição será normalizada em Aparecida, mas até o fechamento desta edição não houve resposta. 

Ribeirão

O Ribeirão Lajes, cuja nascente é em Aparecida, vai passar por intensa fiscalização para impedir captação irregular de água. Na semana passada, o rio Meia Ponte apresentou redução na vazão, o que pode ser sido o fator responsável pela falta de água em Aparecida. A Saneago afirmou que a redução da vazão está prejudicando a captação do recurso e, consequentemente, o tratamento dela para consumo.

Diante disso, a prefeitura de Aparecida disse que compreende que as medidas adotadas pelo executivo e Saneago são paliativas. “Com o forte calor, as pessoas tendem a consumir mais água. Mas a prefeitura cumpre seu papel de tentar amenizar o problema e cobrar das autoridades competentes a solução definitiva para o desabastecimento de água do município”, afirmou a prefeitura, em comunicado. “O prefeito cobrou urgência da Saneago na construção do chamado “Linhão”, que é a única forma de resolver definitivamente o problema em Aparecida”, finalizou.

Goiânia

A deficitária distribuição de água não é peculiaridade apenas de Aparecida de Goiânia. Em Goiânia, por exemplo, bairros da região norte da cidade vira e mexe ficam sem água, e não é comum de se ver moradores reclamando da falta do recurso por lá. A geógrafa Andréia Cristina Tavares, que é moradora da Vila Jaraguá, na região norte da capital, disse que é normal ficar sem água durante a tarde. “E, quando acontece essa interrupção, temos de deixar roupa na máquina, ou louça na pia”, declara. (Marcus Vinícius Beck é estagiário do jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)