Vegetação da Chapada vai demorar a se recuperar
ICMBio ressalta que a parte rasteira da vegetação deve começar a se regenerar primeiro
*Wilton Moraes
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) estima que a recuperação da vegetação da Chapada dos Veadeiros, que teve 64 mil hectares destruído pelo fogo, sendo a maior tragédia registrada no parque, deve acontecer em um tempo maior que um ano. De acordo com o Instituto, o fogo já foi controlado na maior parte da reserva. Mesmo assim, cerca de 400 pessoas, entre voluntários e brigadistas, continuam trabalhando para evitar que novos focos apareçam.
O Instituto ressalta que a parte rasteira da vegetação, áreas de campo limpo, e campo sujo, devem começar a se regenerar nos próximos seis meses, após as primeiras chuvas. Após este período, cerca de 80% da parte em questão já deve voltar ao normal. As demais partes se regeneram em até um ano e meio.
A vantagem na recuperação é o fato de a vegetação estar preparada para aguentar incêndios. O ICMBio reinterou que a vegetação da Chapada dos Veadeiros armazenam energias nas raízes, e também em caules mais grossos e retorcidos. O que possibilita maior resistência.
Nas vegetações como as veredas, matas de galeria, o ICMBio explica que a casca é mais fina. E por isso, elas são mais afetadas pelas queimadas. O que prejudica a estimativa do tempo para que elas se recuperem, devida a dependência de novas sementes.
Para ontem (27) havia previsão de chuva por parte do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) na área da Chapada dos Veadeiros. Na Capital do Estado houve chuvas isoladas, na tarde de ontem. Porém, na Chapada, não houve confirmação de chuvas por parte dos Bombeiros até o fechamento dessa edição.
A região da Chapada registrou este ano o menor acumulado de chuva para o mês de outubro. Neste fim de semana, a previsão é que a chuva se intensifique. De acordo com o Inmet, as chuvas serão causadas pela subida de uma frente fria da Região Sul para a Região Sudeste.
Na região, é esperado trovoadas, rajadas de vento que podem ultrapassar os 50 km por hora e descargas elétricas. Conforme o Inmet, a baixa de chuvas registrada em outubro se deu por uma massa de ar quente e seca, que inviabiliza a formação de nuvens, elevando as temperaturas e abaixando a umidade relativa do ar.
O primeiro foco de incêndio na Chapada dos Veadeiros começou no dia 10 de outubro. E logo foi controlado. Apesar disso, no dia 17 já havia registros de novos focos. A Polícia Civil suspeita que o incêndio seja criminoso. Brigadistas e voluntários ainda procuram apagar os focos de incêndios, que estão sendo controlados.
*Wilton Morais é integrante do programa de estágio do Jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian.