Casos de sífilis em adultos aumentam 27,9% em um ano, no Brasil
Segundo o ministro da Saúde, Ricardo Barros, as causas para o aumento da doença são o desabastecimento de penicilina (medicamento mais eficaz contra a doença)
Os casos de sífilis adquirida (em
adultos) tiveram aumento de 27,9% de 2015 para 2016 no Brasil. Os dados são do
boletim epidemiológico de 2017, divulgado hoje (31) pelo Ministério da Saúde.
Entre as gestantes, o crescimento dos casos foi de 14,7%. As infecções por
sífilis congênita (transmitida da mãe para o bebê) subiram 4,7%.
Segundo o ministro da Saúde,
Ricardo Barros, as causas para o aumento da doença são o desabastecimento de
penicilina (medicamento mais eficaz contra a doença) e o aumento dos
diagnósticos, com a distribuição de testes rápidos na rede de saúde. “A
tendência é de, com o aumento da testagem, aumentar os casos identificados e
permitir ao sistema de saúde tratar essas pessoas e diminuir a transmissão de
mãe para filho”, afirmou.
Em 2016, o Ministério da Saúde
identificou uma epidemia de sífilis no país. “Hoje temos uma situação
controlada porque temos à disposição medicamentos. Os números não são o que
gostaríamos, mas estamos em condições de reduzir esses índices e resolver os
casos da doença”, avaliou Barros.
Apesar de essencial para o
controle da transmissão vertical da sífilis, a penicilina benzatina apresenta,
desde 2014, um quadro de desabastecimento em diversos países devido à falta de
matéria-prima para a produção. Segundo o Ministério da Saúde, apesar de a
responsabilidade pela compra do medicamento ser de estados e municípios, em
2016, o governo brasileiro concentrou a aquisição em caráter emergencial para o
tratamento de grávidas e seus parceiros.
Barros explicou que o ministério
também aumentou o valor máximo de compra do medicamento, que antes era inferior
ao custo de produção. Com isso, o problema do abastecimento foi resolvido,
inclusive com produção nacional.
Sífilis congênita
Todos os tipos de sífilis são de
notificação obrigatória no país há pelo menos cinco anos. Entre 2010 e 2016, a
taxa de incidência de sífilis congênita e a taxa de detecção de sífilis em
gestantes aumentaram cerca de três vezes, passando, respectivamente, de 2,4
para 6,8 por mil nascidos vivos e de 3,5 para 12,4 casos por cada mil nascidos
vivos. A sífilis adquirida, que teve sua notificação compulsória implantada em
2010, teve sua taxa de detecção aumentada de 2 para 42,5 casos por 100 mil
habitantes.
Fonte: Agência Brasil. Foto: Reprodução