CEI da Câmara sabatina secretária
Fátima Mrué responde a questionamentos de vereadores, reconhece dificuldades e diz que a capital será referência no setor
Venceslau Pimentel
As dificuldades enfrentadas pelas unidades municipais de saúde de Goiânia são resultado de uma dívida que se arrasta desde 2014, disse ontem a secretária de Saúde, Fátima Mrué, ao ser sabatinada na Comissão Especial de Inquérito instaurada na Câmara Municipal, para apurar denúncias de irregularidades na pasta.
Das denúncias recebidas pela CEI, e que foram colocadas em debate, estão a falta de medicamentos e de médicos em plantões, atraso no pagamento de prestadores de serviços e fechamento dos Centros de Atenção Integrada à Saúde (CAIS) do Jardim América e do Jardim Novo Mundo.
De acordo com a secretária, as dívidas pendentes com prestadores de serviços estão pagas de forma escalona, e que as de 2017, na gestão de Iris Rezende (PMDB), estão em fase de auditagem. No entanto, ela soube precisar valores.
No que se refere aos serviços nos CAIS, Fátima Mrué explicou que o atendimento feito no Jardim América foi transferido para a unidade do Pedro Ludovico, e que apenas a emergência foi para a unidade do Novo Horizonte. Já em relação à falta de medicamentos, assunto abordado pelo relator da CEI, vereador Elias Vaz (PSB), ela informou que não apresentaria números por problemas no sistema de informática da Secretaria. Mas disse que o programa está em fase de substituição por outro software mais eficaz.
Também em resposta a questionamento de Elias Vaz, sobre irregularidades em procedimentos referentes às Unidades de Terapia Intensiva (UTI), a secretária disse que determinou a realização de uma auditoria cuja equipe visitará esses serviços diariamente, para acompanhar o procedimento de ocupação a pacientes do SUS.
Para o vereador, hospitais estariam escolhendo pacientes de menor gravidade, mas que dão mais lucros. De acordo com Fátima Mrué, as visitas às UTIs acontecerão duas vezes por dia.
A secretária também respondeu a questionamento do presidente da CEI, Clécio Alves (PMDB), de que repasses de recursos Fundo Nacional de Saúde (FNS), que deveriam ser destinados ao pagamento de prestadores de serviços, estariam sendo usados indevidamente.
Desafios
Segundo ela, não há, em sua gestão, uso indevido de dinheiro advindo do governo federal. A dívida se acumula, segundo explicou, porque são muito altas. A titular da Saúde adiantou que na próxima semana serão pagos todos os processos já auditados pelo setor financeiro da pasta.
Em defesa de sua gestão, Fátima Mrué admitiu aos vereadores que o trabalho tem sido árduo diante dos desafios na saúde do município de Goiânia, já que é a primeira vez que assume um cargo executivo. Esse período tem sido destinado à feitura de um diagnóstico da situação, combinado com o atendimento de situações emergenciais.
Ela disse acreditar que ao final da gestão do prefeito Iris Rezende a gestão da saúde servirá de modelo. Em dez meses, citou que foram realizadas mais de 60 reformas de unidades de saúde, na UPA Novo Horizonte e nos Cais Redenção e Urias Magalhães e no PSF Recanto Minas Gerais. O Cais Jardim América passou a funcionar como UPA.
Fátima Mrué contou ainda que conseguiu viabilizar o retorno do programa ‘Mais Médicos’ e a requalificação do programa ‘Saúde da Família’.