Fundador do Telegram fica impedido de deixar a França
Durov paga fiança de 30 milhões de reais para responder em liberdade
As autoridades francesas indiciaram Pavel Durov, fundador do Telegram, em todas as 12 acusações levantadas pela promotoria do país. No último sábado (24), as autoridades prenderam Durov ao desembarcar em Paris. No entanto, ele conseguiu sua libertação na quarta-feira (28) após pagar uma fiança de 5 milhões de euros (cerca de R$ 30 milhões). A Justiça francesa, por sua vez, proibiu o empresário de deixar o país até que o julgamento seja concluído.
Entre as principais acusações, as autoridades alegam que Durov foi cúmplice ao permitir transações ilegais e ao não cooperar com investigações relacionadas a crimes como abuso sexual infantil e fraude, que ocorreram por meio da plataforma Telegram. O empresário russo, que atualmente reside em Dubai, agora deve comparecer a uma delegacia francesa duas vezes por semana enquanto o processo estiver em andamento.
Em sua defesa, o Telegram divulgou um comunicado negando qualquer irregularidade e afirmando que cumpre todas as leis da União Europeia. A empresa classificou como absurda a ideia de responsabilizar uma plataforma ou seu fundador pelos abusos cometidos por usuários.
O presidente francês, Emmanuel Macron, se manifestou e negou qualquer motivação política na prisão de Durov. Ele ressaltou que é necessário exercer as liberdades nas redes sociais dentro da lei para proteger os cidadãos.
Além disso, o Telegram tem enfrentado polêmicas em vários países, incluindo o Brasil, onde já foi alvo de ordens de bloqueio por não cooperar com investigações judiciais. A plataforma, conhecida por defender a privacidade, frequentemente enfrenta críticas por facilitar atividades ilícitas devido à sua criptografia e anonimato.