O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

terça-feira, 26 de novembro de 2024
PublicidadePublicidade
Aumento

Transplantes de órgãos e tecidos em Goiás avançam 33% em dois anos

Em 2017 foram realizadas captações de órgãos em 71 pessoas com diagnóstico de morte cerebral

Postado em 9 de janeiro de 2018 por Márcio Souza
Transplantes de órgãos e tecidos em Goiás avançam 33% em dois anos
Em 2017 foram realizadas captações de órgãos em 71 pessoas com diagnóstico de morte cerebral

A Secretaria da Saúde de Goiás
(SES-GO) deu um salto qualitativo em favor das pessoas que precisam de
transplantes de órgãos e tecidos. Em 2017, a quantidade de doações e de
transplantes realizados avançou de forma expressiva no Estado.

Na avaliação do secretário Leonardo
Vilela, este aumento é resultado das campanhas de sensibilização sobre o
assunto e da atualização continuada das equipes dos hospitais públicos,
particulares e filantrópicos, responsáveis pelos procedimentos.

De acordo com os dados da Central
Estadual de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos da SES-GO
(Central de Transplantes), em 2017 foram realizadas captações de órgãos em 71
pessoas com diagnóstico de morte cerebral.

No mesmo período foram feitos
1.264 transplantes de órgãos e tecidos, incluindo as realizadas por meio de
doações de pessoas vivas. “Estamos colhendo os frutos de um trabalho
sistemático, de informação e de conscientização de toda a população sobre a
importância da doação de órgãos”, pontua Leonardo Vilela.

O avanço no número de
transplantes e de doações de órgãos começou a ser verificado em 2015. Naquele
ano, conforme os dados da Central de Transplantes, foram feitas captações de
órgãos em 46 pessoas. Em 2016, a quantidade desse tipo de procedimento passou
para 48 e no ano passado, foram efetivadas doações de órgãos de 71 pessoas.
Isso significa que em apenas um ano houve um acréscimo de 48% na quantidade de
doadores. Já a quantidade de transplantes passou de 949, em 2015, para 1.007,
em 2016, até atingir os 1.264 no ano passado. Na prática, os registros
demonstram que os transplantes avançaram 33% nos últimos dois anos.

O trabalho incessante da Central
de Transplantes em parceria com as Comissões Intra-Hospitalares de Doação de
Órgãos e Tecidos para Transplantes é o responsável por essa melhora do número
de doações efetivadas. “O melhor acolhimento das famílias, a maior atenção
dispensada em seus ceticismos e anseios e o constante esclarecimento de dúvidas
sobre o que é doação e o que é transplante tornam as atividades mais
transparentes e trazem à sociedade o retorno das ações altruístas de algumas
famílias”, diz o gerente da Central de Transplantes, Fernando Augusto Ataíde
Castro.

São mais de 1.000 pessoas à
espera de um órgão ou tecido em Goiás e mais de 40.000 em todo o Brasil.

Córneas

Apesar de o número de novas
inscrições mensais permanecerem na mesma média, a Central de Transplantes
conseguiu reduzir o número de receptores em lista aguardando por um transplante
de córnea, de 676 (dado de janeiro/2017) para 116 (dado de dezembro/2017).
Destes, apenas 6 eram ativos, ou seja, estavam aptos a realizar o transplante.
Os demais encontravam-se na situação de semiativo: embora inscritos não estavam
concorrendo ao tecido por algum motivo, entre os quais sem condições clínicas
para o procedimento, exames pré transplantes incompletos, entre outros. Desde o
mês de novembro de 2017 a Central de Transplantes passou a ofertar córneas para
outros Estados, devido a este quadro.

Sensibilização dos familiares
para doação

Apesar de estar abaixo da
expectativa estabelecida pelo Sistema Nacional de Transplantes (16 doadores por
milhão de população – pmp), a taxa de doação pmp em Goiás atingiu seu maior
valor no ano de 2017, chegando a 10,7. Este resultado, porém, é insatisfatório
se considerarmos o crescimento do número de potenciais doadores no mesmo
período, de 341 para 373.

No ano de 2017, as negativas
familiares ultrapassaram os 61% de todas as entrevistas realizadas. Desejar o
corpo íntegro, não ser doador em vida e recusar doar pela demora no processo
desde o diagnóstico da morte encefálica até a captação dos órgãos ainda são as
decisões mais recorrentes. O não conhecimento da vontade do ente falecido
também é motivo para negativa. Ninguém está errado. As decisões são tomadas em
família e são respeitadas. Por isso é importante e necessária a discussão desse
assunto no meio familiar.

Diuturnamente, 24 horas por dia,
nos 365 dias do ano, a equipe da Central de Transplantes está à disposição para
compartilhar experiências, esclarecer incertezas e desfazer descrenças no
processo. O gerente Fernando Augusto Ataíde Castro destaca a importância de
melhorar a conscientização sobre todo o processo de doação e transplante,
desmistificando ideias e boatos e, principalmente, mantendo a educação
continuada dos profissionais da saúde.

Por fim, cabe ressaltar que a
Central de Transplantes somente aborda a família depois de constatada a morte
de seu ente pela equipe do hospital. Todo o contato é feito ainda na unidade de
saúde, no momento da comunicação do óbito pelo médico assistente. O protocolo
para diagnóstico de Morte Encefálica é regido por legislação do Ministério da
Saúde e do Conselho Federal de Medicina, e é, juntamente a outros exames, o
validador das ações para doação e transplantes. 

Foto: Reprodução

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos canais de comunicação do O Hoje para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.
Veja também